O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) registrou crescimento de 0,6% em 2024 em comparação com o ano anterior, conforme pesquisa divulgada nesta segunda-feira (10) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Apesar da alta, o setor ainda não recuperou a queda de 5,6% registrada em 2023. A tragédia climática que atingiu o estado no ano passado impactou a produção industrial, com interrupção de fábricas e dificuldades na entrega de insumos.
Na comparação mensal, o índice apresentou queda de 0,9% em dezembro em relação a novembro, mas subiu 5,2% quando comparado a dezembro de 2023. Segundo o presidente da Fiergs, Claudio Bier, o resultado poderia ter sido melhor sem os efeitos da enchente. “Apesar de positivo diante das adversidades que o Estado enfrentou, o resultado nem de longe recompõe a enorme queda de 5,6% de 2023. Sem a tragédia climática do ano passado, que obrigou muitas fábricas a interromperem a produção e também prejudicou a entrega de insumos, o crescimento esperado surpreenderia positivamente”, afirmou Bier.
Componentes do índice
Entre os seis componentes do IDI-RS, quatro registraram crescimento em 2024: faturamento real (0,7%), massa salarial real (3,4%), utilização da capacidade instalada (1,6 ponto percentual, de 78,8% em 2023 para 80,4% em 2024) e compras industriais (0,9%). Por outro lado, as horas trabalhadas na produção (-0,9%) e o emprego (-0,7%) encerraram o ano com queda, embora apresentem sinais de recuperação.
Setores em destaque
A atividade industrial cresceu em dez dos 16 segmentos pesquisados no Rio Grande do Sul. O setor de veículos automotores teve a maior contribuição positiva, com alta de 13,2%. O crescimento também foi impulsionado pelos segmentos de móveis (8,7%) e equipamentos de informática e produtos eletrônicos (10,3%).
No entanto, a retração na produção de máquinas e equipamentos (-9,1%) teve forte impacto no resultado geral, especialmente no segmento de máquinas e implementos agrícolas, que caiu 15,9%. O setor de couros e calçados também apresentou queda de 2,4%, influenciando negativamente o índice.
Fatores econômicos e climáticos
Além das enchentes, incertezas econômicas ligadas às questões fiscais do país afetaram o desempenho da indústria em 2024. A taxa de câmbio elevada foi apontada pelos empresários como um dos principais desafios do setor. A inflação e as políticas do Banco Central, que manteve taxas de juros elevadas, também impactaram a atividade industrial.
Outro fator que influenciou negativamente foi a crise no segmento de máquinas e implementos agrícolas, afetado tanto pelas enchentes no Rio Grande do Sul quanto pelas secas e incêndios florestais em outras regiões do país. A menor safra e a baixa nos preços das commodities agrícolas contribuíram para a retração no setor.
A pesquisa completa pode ser acessada no site Observatório da Indústria do RS.