A crise econômica que abalou o Brasil nos primeiros meses de pandemia está perdendo força, ao menos no varejo. A análise da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é de que o setor vem crescendo — no varejo ampliado, fechou com crescimento de 4,6% em 2019 e 5,3% em 2020. Apesar disso, economistas da CNC chamam a atenção para o fato de que, mesmo com a reação do consumo nos últimos anos, o atual volume de vendas do varejo ainda se encontra 6,5% abaixo daquele registrado às vésperas da recessão, em novembro de 2014.
O setor do varejo ainda é um dos que menos utiliza tecnologia em seu dia a dia mas, para atingir o crescimento esperado e previsto, será essencial que as empresas se adequem a esta realidade, mesmo que aos poucos. Confira dicas de especialistas sobre as áreas de investimento para acompanhar a onda de crescimento no setor:
Digitalização do pequeno e médio negócio
A maior parte dos profissionais do setor varejista relaciona inovação com tecnologia, mas percebe essa conexão como algo muito distante da sua realidade, de difícil acesso e implementação. “Geralmente, a abertura de pequenos negócios é motivada por alguma demanda local pontual e/ou necessidade de empreender para suprir questões financeiras pessoais”, analisa Wagner Muller, CEO da Compufour Zuchetti, desenvolvedora de sistemas de gestão para micros e pequenos negócios.
Para ele, são essas pessoas que tendem a deixar a importância do gerenciamento de lado, já que os empreendedores costumam acreditar que dominam todos os aspectos da empresa — e organizam tudo de cabeça, sem sistemas. “Infelizmente, acompanhamos uma quebra geral de negócios acostumados a trabalhar sem um mínimo de gestão e planejamento”, completa Muller.
Novas tecnologias de pagamento
O mercado de meios de pagamento passou e está passando por mudanças após o surgimento da Covid-19. Entre os meses de janeiro e abril, o percentual de transações feitas por pessoas físicas em canais digitais aumentou 19%. Em muitos setores, a preocupação com a saúde continua crescendo. Para os estabelecimentos com grande fluxo de pessoas, as tecnologias de pagamento touchless, que não exigem contato humano, são uma solução para driblar o contágio. “O pagamento sem contato oferece aos consumidores uma forma de pagar mais segura e rápida, assim como mais controle sobre sua proximidade com outros clientes. Hoje, a adoção de novas formas de pagamentos acelerou como nunca antes, já que o distanciamento social não impacta somente as interações das pessoas entre si, mas também o contato com aparelhos compartilhados em público, como pontos de venda e balcões de checkout”, explica Eládio Isoppo, CEO da fintech de reconhecimento facial Payface.
Experiência completa no e-commerce
Abrir um negócio próprio é um dos principais desejos do brasileiro, segundo o levantamento GEM/2018 realizado pelo Sebrae. Mas para tornar esse sonho realidade, é preciso preparação, disciplina e análise de perfil, com um planejamento que considere os objetivos pretendidos e análise de mercado. “Identificar as metas é um ponto de partida para tornar o negócio realidade. É essencial também que você saiba quais são os diferenciais do seu mercado com relação à concorrência, definindo o nicho em que irá atuar e sabendo posicionar a sua marca online, ainda mais em um momento como esse em que, apenas no primeiro semestre de 2020, o e-commerce teve crescimento de 47%”, afirma Ricardo Melo, gerente de marketing da HostGator, multinacional de hospedagem de sites.