A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) divulgou nesta terça-feira (22) os resultados da Pesquisa de Investimento 2024-2025, indicando que 75% das indústrias dos setores Extrativo, de Transformação e da Construção pretendem realizar investimentos no Estado em 2025. O percentual é o mais alto dos últimos cinco anos e representa um aumento de 13,7 pontos percentuais em relação à intenção registrada na pesquisa anterior, feita em dezembro de 2023.
Segundo o levantamento, 72,9% das indústrias que planejam investir no próximo ano já iniciaram os projetos, enquanto os demais devem começar ainda em 2025. A maioria das empresas aponta como prioridade o mercado interno, com o objetivo principal de melhorar o processo produtivo. Essa motivação foi citada por 45,4% dos entrevistados, um aumento de 5,5 pontos percentuais em comparação à pesquisa anterior.
A principal fonte de financiamento para esses investimentos continua sendo recursos próprios, prática adotada por 59,1% das empresas – percentual semelhante ao registrado em 2023. Desde o início da série histórica da pesquisa, em 2010, o capital próprio é apontado como o principal meio de financiamento.
Investimentos em 2024 superaram 2023
Em relação ao ano passado, 74,3% das empresas conseguiram efetivar investimentos, número superior ao registrado em 2023, que foi de 64,1%. Apesar disso, mais da metade não conseguiu concluir os investimentos integralmente. O resultado de 2024 retorna ao patamar observado em 2022 (75%), mantendo-se acima da média de 73% dos 15 anos de levantamento.
Entre as ações estratégicas desenvolvidas pelas empresas em 2024, destacaram-se inovação tecnológica e investimentos em capital humano.
Obstáculos e impacto das enchentes
De acordo com a pesquisa, a incerteza econômica foi apontada como o principal obstáculo para investimentos no ano passado. O item foi considerado importante ou muito importante por sete em cada dez empresas com planos de investimento em 2024.
O presidente da Fiergs, Claudio Bier, comentou os resultados afirmando que “os resultados confirmam a resiliência do gaúcho, que apesar de todas as dificuldades provocadas pela tragédia das enchentes do ano passado, consegue se reerguer. Muitas indústrias foram afetadas e precisaram recomeçar praticamente do zero, sendo reconstruídas para voltar a operar, mas a disposição para investir se manteve e até cresceu”.
Metodologia
A pesquisa foi realizada entre os dias 6 e 17 de janeiro de 2025, com 171 empresas participantes. Do total, 41 são pequenas, 59 médias e 71 grandes.