Programa do Sistema Fiergs qualificará 2,4 mil migrantes no RS até 2027

Por Jonathan da Silva

Um programa voltado ao acolhimento, qualificação e inserção de migrantes e refugiados no setor industrial do Rio Grande do Sul foi lançado nesta quinta-feira (12) em Porto Alegre. A iniciativa, chamada Indústria Acolhedora, foi formalizada pelo Sistema Fiergs por meio da assinatura de um memorando de entendimento com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência da Organização das Nações Unidas (ONU). A meta da entidade é atender 2,4 mil pessoas até 2027, com serviços que vão desde apoio na chegada ao Brasil até capacitação profissional e encaminhamento ao mercado.

De acordo com o presidente da Fiergs, Claudio Bier, o programa visa promover oportunidades de trabalho por meio da qualificação profissional. “Muitas das indústrias que hoje são gigantes começaram como pequenos negócios familiares, fruto do trabalho árduo e da visão daqueles que escolheram esta região para recomeçar. É com esse mesmo espírito que desenvolvemos o Indústria Acolhedora, um programa que promove a qualificação e a inserção produtiva de migrantes e refugiados”, afirmou o dirigente.

O chefe de missão da OIM no Brasil, Paolo Giuseppe Caputo, destacou o caráter inédito do programa. “Estas três palavras – acolher, qualificar, incluir – nos guiam. Não se trata apenas de acolher. Se pudermos utilizar uma dessas palavras, precisamos trabalhar com todas elas, juntas. Nenhuma delas é mais importante do que a outra”, pontuou Caputo.

Números e metas

A proposta prevê 660 matrículas em cursos de educação do Sesi-RS e 700 atendimentos em saúde. No Senai-RS, serão 800 vagas em cursos de educação profissional. Pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL-RS), 240 migrantes deverão participar de workshops e 700 serão cadastrados na plataforma Indústria de Talentos, voltada à inserção no setor industrial.

Segundo o gerente da Divisão de Educação do Senai-RS, Marcio Basotti, os números ainda podem aumentar conforme a evolução do projeto. “A indústria do nosso estado enfrenta desafios importantes. Precisamos trabalhar cada vez mais para alcançar competitividade, ser uma indústria mais produtiva, mais inovadora, que consiga transformar o Rio Grande do Sul em um local de atração e, principalmente, de retenção de pessoas. No momento em que pessoas escolhem nosso estado para viver, o que precisamos fazer é acolhê-las. O programa Indústria Acolhedora vai justamente nesse sentido”, afirmou Basotti.

A empresária, modelo e atriz Luiza Brunet, embaixadora da OIM, participou do lançamento e reforçou a relevância da proposta. “Os imigrantes têm chegado sempre com a esperança de uma vida melhor para suas famílias, para seus filhos, em busca de acolhimento. Mesmo com todas as dificuldades, esse momento é muito importante. Tenho certeza de que os imigrantes que serão acolhidos pela indústria vão se reconectar com o país”, ressaltou Luiza.

Projeto-piloto e próximas etapas

O programa já está em execução na empresa Comil, em Erechim, com ações do Senai e do Sesi. “O Senai está oferecendo cursos de formação profissional para migrantes, e o Sesi já está com cursos de EJA (educação de jovens e adultos), reforçando a educação básica como pilar fundamental para a adaptação. Hoje, mais de 200 pessoas já estão sendo atendidas nessas duas iniciativas. Em breve, o programa será expandido para outras regiões, como Passo Fundo, Caxias do Sul e Vale do Taquari”, ponderou Basotti.

Por trás do projeto

O programa é promovido pelas entidades do Sistema Fiergs – Sesi-RS, Senai-RS e IEL-RS – em parceria com a OIM. Estiveram presentes na cerimônia de assinatura a diretora de Relações Institucionais do Sistema Fiergs, Ana Paula Werlang; o diretor de Comunicação da entidade, Nilson Vargas; a chefe de programas da OIM no Brasil, Michelle Barron; a coordenadora de projetos da Unidade de Integração da OIM no Rio Grande do Sul, Patricia Siqueira; a coordenadora do Escritório da OIM no Paraná, Talita Souza; e a coordenadora de projetos da OIM em Santa Catarina, Carolina Becker.

Foto: Dudu Leal/Fiergs/Divulgação | Fonte: Assessoria
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