Icatu Seguros aponta que PIB brasileiro deve crescer 1,86% neste ano

Por Marina Klein Telles

Crescimento de 1,86% para o PIB, taxa Selic de 8,50% e taxa de câmbio a R$ 5,00 ao final do período. Estas são as projeções para a economia brasileira em 2024 feitas por Victoria Werneck, sócia-diretora da Recce Consultoria Econômica e economista-chefe de Icatu Seguros, no Prato Principal que a ACI realizou na terça-feira, 26.

O evento teve a presença de César Saut, presidente da Rio Grande Seguros e vice-presidente corporativo da Icatu Seguros, e o comando do presidente em exercício da ACI, André Momberger.

O cenário de referência, como ela definiu, tem alta probabilidade de ocorrer e prevê também IPCA de 3,60% e IGP-M de 3,30% este ano. “O país tem tudo para dar certo, mas não esperem crescimento maior se não houver investimento superior a 20% do PIB. No ano passado, o governo federal só investiu 16,5%. Deveria estar empenhado em reverter essa queda do investimento e transformar a formação de capital no motor da expansão da economia, mas não é o que se tem visto”, disse.

O desempenho projetado é inferior ao de 2023, quando o crescimento econômico brasileiro foi de 2,9%, gerando uma arrecadação de impostos de R$ 10,9 trilhões. “O ritmo surpreendente de crescimento está em fase de arrefecimento”, explicou Victoria Werneck.

Conforme ela, sobre a economia brasileira, há coisas boas a reportar, como as contas externas excepcionalmente sólidas que oportunizaram movimento de depreciação cambial, aliviando a pressão sobre preços de bens comercializados internacionalmente, e também facilitaram o desafio do Banco Central de trazer a taxa oficial de inflação de 12%, em meados de 2022, para 4,5% agora.

Mas também há más notícias, boa parte delas advinda da forma como o governo federal conduz a política fiscal. O novo arcabouço fiscal, que substitui o teto de gastos, leva a uma substancial expansão do gasto primário ao longo do atual mandato presidencial. “O governo federal não parece disposto a cumprir as metas fiscais pífias com que se comprometeu para aprovar o arcabouço fiscal. Da meta de déficit fiscal primário de 0,5% em 2023, o governo deixou de falar há muito tempo. Acresça-se a isso a relutância do Planalto em levar a sério a meta de déficit primário zero em 2024”, argumentou.

Economia global

Victoria Werneck informou que a expansão da economia global chegará a 3,2% este ano, ante 3,1% em 2023, conforme projeções do Fundo Monetário Internacional para as grandes regiões mundiais. Os Estados Unidos devem crescer 1,7% e a América Latina 2,5%. Na Europa, a geração de riquezas terá alta de 1,7%, na África de 4,1% e na Ásia, de 4,8%.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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