O evento Connection Terroirs do Brasil reuniu 52 indicações geográficas (IGs) de diferentes regiões do país entre os dias 28 e 31 de maio, em Gramado, na serra gaúcha. O encontro, organizado pela Rossi & Zorzanello com correalização do Sebrae, se consolidou desta forma como o maior evento dedicado às IGs no Brasil, promovendo debates, conexões comerciais e exposição de produtos certificados com selo de origem.
O número de IGs participantes teve um crescimento de 92,5% nos últimos dois anos, segundo os organizadores. A feira também movimentou mais de R$ 40,5 mil em vendas na Alameda Terroirs — espaço aberto ao público para exposição, degustação e comercialização dos produtos. Para o público corporativo (B2B), a expectativa é de que os negócios ultrapassem R$ 110 mil, conforme estimativas do Sebrae.
Mercado em crescimento
A CEO da Rossi & Zorzanello, Marta Rossi, destacou que o evento acompanha a expansão do setor no país. “Estamos vivendo a valorização do nosso território, e é em cima dele que a gente cresce”, afirmou a empresária.
Para o também CEO da empresa, Eduardo Zorzanello, além dos resultados financeiros, o impacto vai além dos números. “Não são apenas os números que demonstram a grandeza do Connection. É, principalmente, o legado e a possibilidade de contar novas histórias”, pontuou Zorzanello.
O Brasil possui atualmente 134 indicações geográficas reconhecidas e outras 43 aguardam análise no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), segundo a coordenadora do Núcleo de Inovação Territorial do Sebrae, Maira Fontenele Santana. “O Brasil tem potencial para ter mais IGs do que toda a Europa. Mas ainda estamos na ‘adolescência’ do processo. Temos muito a amadurecer”, comentou Maria.
Palestras e painéis com especialistas internacionais
Além da feira de produtos, a programação contou com palestras e painéis técnicos nas manhãs dos dias 29 e 30 de maio, com participação de especialistas do Brasil, Itália e Costa Rica.
O diretor de Competitividade e Sustentabilidade Turística do Instituto Costarricense de Turismo, Gustavo Alvarado, apresentou o modelo adotado em seu país. “Na Costa Rica, temos uma pequena área, mas com muita natureza. Definimos quem era o turista que gostaríamos de receber e chegamos ao perfil do aventureiro e alternativo”, explicou Alvarado, que também destacou que a estratégia foi baseada em três pilares: inovação, sustentabilidade e inclusão.
O turismo de experiência foi tema de painel com a representante do polo Sebrae de Turismo de Experiência, Renata Vescovi, que falou sobre a busca crescente por vivências ligadas à natureza. “Após a pandemia, cada vez mais pessoas estão interessadas em se conectar mais com natureza, com outras pessoas, outras culturas, e a partir dessa experiência, se transformar”, destacou Renata.
O evento também contou com apresentações de Guilherme Paulus, fundador da CVC, que falou sobre ofertas turísticas relacionadas ao terroir no Castelo Saint Andrews, e de Mariana Potter Vieira, da Vinícola Guatambu, que apresentou as experiências no pampa gaúcho, em Dom Pedrito.
No painel sobre gastronomia e identidade, participaram o fundador do Destemperados, Diogo Carvalho, e a chef Roberta Sudbrack. O ciclo técnico foi encerrado com a palestra do comunicador Dado Schneider, que abordou o tema “O poder do cooperativismo”.