A safra de tabaco 2024/2025 no sul do Brasil terá um aumento de 9,08% na área cultivada em relação à safra anterior, totalizando 309.982 hectares, conforme dados divulgados pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). O Paraná lidera o crescimento com 13,63% de incremento, seguido por Santa Catarina (11,78%) e Rio Grande do Sul (4,60%).
O presidente da Afubra, Marcilio Drescher, explicou que o aumento era esperado devido à rentabilidade das últimas safras. “Viemos de duas safras muito lucrativas para grande parte dos produtores. Isso, aliado à baixa rentabilidade de grãos e outras culturas, levou ao aumento da área e ao retorno de famílias à cultura do tabaco. No entanto, o incremento de área, combinado com clima estável, pode acarretar uma produção elevada e impactar na remuneração do produtor”, afirmou Drescher.
Produção e produtividade
A estimativa inicial da Afubra aponta para um aumento de 25,67% na produtividade média do tabaco, com projeções de 2.276 kg/ha para o tipo Virginia, 1.991 kg/ha para o Burley e 2.028 kg/ha para o Comum. A maior alta de produtividade é prevista para Santa Catarina (34,05%), seguido pelo Rio Grande do Sul (22,13%) e Paraná (21,50%).
No total, a produção nos três estados do sul pode alcançar 696.435 toneladas, representando um incremento de 37,08%. Santa Catarina é o estado com maior aumento percentual (49,84%), seguido por Paraná (38,06%) e Rio Grande do Sul (27,75%).
Crescimento no número de famílias produtoras
O número de famílias envolvidas na produção também cresceu 3,57%, totalizando 138.020. O Paraná apresentou o maior aumento (10,10%), com 27.062 famílias, seguido por Santa Catarina (4,03%), com 41.720, e Rio Grande do Sul (0,96%), com 69.238.
Custos e negociações
O custo de produção para a safra 2024/2025 ainda está em apuração e será discutido entre entidades e empresas fumageiras. As negociações de preços devem começar após a conclusão desse levantamento.
Estimativas e variáveis climáticas
A Afubra destaca que as estimativas são baseadas em dados históricos e podem sofrer alterações devido a condições climáticas. Drescher enfatizou a importância de acompanhar o desenvolvimento da safra semanalmente. “Descarta-se uma supersafra, pois em algumas regiões já houve impacto do clima. Contudo, o comportamento climático até o fim da safra será determinante para os resultados finais”, salientou o presidente.
As projeções da Afubra utilizam informações do Sistema Mutualista, somadas a dados de produtores não cadastrados e estimativas de área plantada adicional. O acompanhamento é realizado continuamente até o fim do ciclo produtivo.