Quase R$ 3 bilhões deixarão de circular no RS por conta do 13º salário

Por Gabrielle Pacheco

Estudo realizado pelo economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank, aponta que o Governo Federal lançou mão de diversas políticas para amenizar as consequências da pandemia sobre a atividade econômica. Assim, entre o rol de ações, encontra-se o adiantamento do 13º salário para aposentados e pensionistas, além dos servidores da União. Nesse sentido, a segunda parcela, normalmente paga nos meses de novembro e dezembro, já foi repassada aos segurados. Desta forma, tal fato apresenta bastante relevância para a economia gaúcha, uma vez que esse dinheiro representa um importante catalisador das vendas de fim de ano, incluindo Natal e Réveillon. De acordo com os dados analisados pelo Ministério da Economia, a segunda metade do benefício direcionado aos aposentados e pensionistas foi depositada entre os dias 25/05 e 05/06. Assim, dos R﹩ 23,8 bilhões, R﹩ 1,946 bilhão coube ao Rio Grande do Sul.

Entretanto, essa não é a única fonte de escassez dos recursos. Os funcionários enquadrados nos programas de preservação do emprego da União (antiga MP 936, atual Decreto 10.470), mais especificamente os que tiveram o contrato suspenso, receberão apenas o equivalente proporcional ao tempo no ofício. Assim, segundo a estimativa do economista Alexandre Chaia, do Insper, a utilização dessa modalidade significará R$ 15 bilhões a menos disponíveis aos colaboradores via 13º.  Para tanto, a CDL POA recorreu às estatísticas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do IBGE.

Além disso, o economista calculou a participação da massa de salários estadual na soma do Brasil, usando-a como aproximação do efeito desejado. Logo, o valor alcançou R$ 339,49 bilhões para o Brasil. Assim também, R$ 22,825 bilhões para o Rio Grande do Sul entre outubro de 2019 e setembro de 2020. Ou seja, o RS respondeu por 6,723% do total nacional nos últimos quatro trimestres. Se aplicado esse percentual sobre a projeção do especialista, chega-se a R﹩ 1,01 bilhão.

Diante da insuficiência de informações, o economista optou por não realizar qualquer tentativa de medição da queda formal do emprego, apesar de acreditar que esse fenômeno também influencia negativamente na composição do 13º. Portanto, o estudo conclui que cerca de R﹩ 2,96 bilhões (R﹩ 1,946 bi + R﹩ 1,01 bi) deixarão de circular no RS em dezembro em comparação com igual período de 2019.

Foto: Reprodução | Fonte: Assessoria
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