Integrando o crescimento e a passagem entre o batizado e a confirmação das crianças na Igreja Luterana, o knips segue criando momentos divertidos entre os integrantes da congregação. Infelizmente, os registros históricos não são claros sobre a origem do jogo, apenas que veio da Alemanha com a Igreja Luterana, com os primeiros colonos em 1824.
De acordo com o pastor Aurélio Dall’Onder, além da brincadeira ser realizada com as crianças e jovens que passam pela doutrina na igreja, os próprios adultos se reúnem, principalmente em fins de semana, para participar das rodadas de knips. Inclusive, campeonatos ocorrem com as distritais da IELB pelo estado e outras regiões com presença germânica mais enraizada.
Ele lembra também que, quando criança, jogava na sua comunidade de origem em Canoas. Depois, já como pastor e em outras comunidades, havia sempre um tabuleiro de knips e a tradição segue viva. “Adolescentes, jovens e adultos gostam de divertir-se ao redor da mesa de Knips. A Comunidade “Da Paz” também participa de torneios entre comunidades da nossa região”, destaca Aurélio.
O que é o knips?
O knips é um jogo de tabuleiro alemão trazido pelos imigrantes que vieram ao Rio Grande do Sul. Os jogos eram comuns em festas típicas e em programações das comunidades religiosas. O jogo é disputado em uma mesa quadrada, nos quatro cantos da mesa há um vão, que são as caçapas. As paredes laterais da mesa têm altura de 2,5 centímetros acima do nível do tabuleiro para as peças não caírem. As linhas de jogo são traçadas a partir da extremidade das caçapas, nos quatro lados do tabuleiro e atrás desta linha é a área de jogo de cada jogador.
O conjunto de peças é formado por: 24 iguais (pequenas, redondas e com um furo no meio), 12 brancas e 12 escuras que valem 1 ponto, uma peça maior e mais pesada, normalmente de forma cilíndrica, chamada Rei e com valor de 5 pontos. Quatro peças iguais de forma cilíndrica (menores que o Rei, porém maiores) com um furo no centro são chamadas de “Joga”, utilizada pelos jogadores para colocar as peças nas caçapas.
O Rei fica no centro da mesa e as 24 peças (12 brancas e 12 escuras) ficam misturadas em um círculo no meio do tabuleiro. Os jogadores ocupam os lados do tabuleiro de maneira alternada. Caso joguem somente duas pessoas, elas ocupam as laterais frontais e jogam de cada lado. O jogador que derrubar a primeira peça em uma das caçapas terá que fazer as outras da mesma cor até o final do jogo. A exceção ocorre no caso de caírem duas ou mais peças de cores diferentes, podendo o jogador escolher com qual cor irá disputar a partida.
Enquanto o jogador encaçapar as pedras de sua cor ou o Rei, poderá seguir jogando. Caso ao arremessar sua Joga e ela cair na caçapa, se já tiver encaçapado o Rei, essa pedra volta ao centro da mesa. Se não, volta uma pedra normal, clara ou escura. As pedras que estiverem na linha de jogo dos jogadores não podem ser tocadas diretamente pela Joga, somente usando uma jogada por tabela nas laterais do tabuleiro.
Aos jogadores é permitido acertar as pedras dos adversários com a Joga e empurra-las para trás da linha de jogo deles, dificultando a jogada do outro. O jogo termina quando uma das duplas ou jogador encaçapar todas as suas pedras e a pedra Rei não estar sobre o tabuleiro. Vence a equipe que somar o maior número de pontos, pela soma do Rei e das pedras colocadas nas caçapas.