Desafios logísticos, operacionais e políticas para fortalecer a competitividade da indústria química no Rio Grande do Sul e no Brasil foram tema de um encontro do setor realizado nesta terça-feira (27), no Polo Petroquímico de Triunfo. A agenda foi promovida pelo Comitê de Fomento Industrial do Polo RS (Cofip) e contou com a participação do secretário de Desenvolvimento Econômico do RS, Ernani Polo, do presidente da Agência de Desenvolvimento do RS – Invest RS, Rafael Prikladnicki, e do presidente do Sindicato das Indústrias Químicas do Estado (Sindiquim RS), Newton Battastini.
A programação incluiu visitas a unidades da Braskem, como o Centro de Tecnologia & Inovação (CTI) e o Terminal Santa Clara (Tesc), que tem ligação com o Rio Jacuí, a Lagoa dos Patos e o Porto de Rio Grande, facilitando a logística de exportação dos produtos químicos produzidos no estado.
Além das visitas, a comitiva discutiu temas que impactam diretamente a competitividade do setor, como as políticas antidumping, o Regime Especial da Indústria Química (Reiq) e o Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química (Presiq). Esses programas preveem a concessão de incentivos fiscais para a compra de insumos e matérias-primas, com contrapartidas como a ampliação da capacidade produtiva ou investimentos em expansão de centrais petroquímicas.
Segundo os representantes do setor, também foi debatida a necessidade de uma política industrial estruturante, similar às adotadas por países como Estados Unidos, Alemanha e China, que consideram a indústria química um setor estratégico.
Competitividade e geração de empregos
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico do RS, Ernani Polo, o setor químico é um eixo prioritário do plano de desenvolvimento econômico do estado. “Com Sedec, Invest RS e a Sema, queremos conectar ainda mais os atores, ampliar a sinergia e dar mais celeridade aos movimentos que são necessários para o segmento se fortalecer e atingir patamares mais competitivos”, comentou o titular da pasta.
O diretor industrial da Braskem no RS e presidente do Cofip, Nelzo Silva, afirmou que a indústria química gaúcha desempenha papel relevante na economia, sendo responsável por cerca de 46 mil postos de trabalho e mais de 2 mil empresas no estado. “Buscamos sempre a sinergia com iniciativas empresariais compartilhadas que contribuem para a elevação da competitividade e da sustentabilidade da cadeia produtiva local. Hoje o cenário é muito desafiador em função de fatores como a concorrência desleal da entrada de resinas importadas incentivadas por mais de 2.300 medidas protetivas ou incentivos fiscais adotados em seus países de origem, grandes potências como EUA, Alemanha e China, além de diferentes alíquotas tributárias nas regiões do Brasil, mas continuamos investindo na região na expectativa de recuperar a posição e contribuição relevante para a economia do estado”, destacou Silva.