Dispositivo para comunicação com surdocegos vence Prêmio Talentos Inovadores Feevale

Por Jonathan da Silva

Os estudantes Josué Henrique Becker Schwartzhaupt e Arthur Land Möller, da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, receberam o Prêmio Talentos Inovadores Feevale pelo projeto Speechlink, um dispositivo para comunicação em tempo real com pessoas surdocegas. A premiação do projeto apresentado na Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), foi entregue pelo reitor da Universidade Feevale, José Paulo da Rosa, nesta sexta-feira (25), em cerimônia no Teatro Feevale.

Como vencedores, Schwartzhaupt e Möller receberam uma bolsa de estudos integral em qualquer curso da Universidade Feevale, com exceção de medicina, odontologia e medicina veterinária. Além disso, terão um período de seis meses na Incubadora Tecnológica da Feevale para desenvolver o projeto, enquanto o orientador, professor Jeferson Cristiano Wiederkehr, foi contemplado com uma bolsa de 50% em cursos de especialização da instituição. Josué, de Novo Hamburgo, e Arthur, de Araricá, também conquistaram o Prêmio SKA de Inovação Tecnológica e o terceiro lugar na categoria de Engenharia Eletrônica da feira. Segundo os jovens, a experiência na Mostratec foi significativa, e eles esperam novas oportunidades para parcerias e apresentações em outras feiras.

O projeto

O projeto Speechlink foi criado para facilitar a comunicação entre pessoas surdocegas e interlocutores sem conhecimento de línguas de sinais táteis, como o método Lorm. Nesse sistema, cada letra do alfabeto é representada por pontos na palma da mão, permitindo a formação de palavras. Com base nesse método, o dispositivo dos estudantes converte voz em sinais táteis e, em sentido inverso, transforma sinais táteis em voz, possibilitando a comunicação bidirecional.

Os protótipos foram confeccionados em MDF e utilizam uma matriz de LEDs e condutores sensíveis ao toque, operados por um microcomputador Raspberry Pi e controlados por um modelo de inteligência artificial. O primeiro protótipo, com uma matriz de 25 LEDs, converte a voz captada em pontos no método Lorm, enquanto o segundo identifica o toque do usuário surdocego e converte os sinais táteis em voz.

De acordo com os estudantes, os dispositivos alcançam uma precisão superior a 90% na identificação das letras do alfabeto, permitindo uma comunicação eficaz. Josué e Arthur apontam que o projeto pode ser aprimorado com um modelo mais recente de Raspberry Pi para reduzir o sobreaquecimento e melhorar a velocidade de processamento, além de tornar a luva mais resistente e flexível para o uso diário.

Foto: Andrieli Siqueira/Universidade Feevale/Divulgação | Fonte: Assessoria
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