Tecnologia de empresa hamburguense agiliza transplantes de órgãos no Rio Grande do Sul

Por Jonathan da Silva

O Rio Grande do Sul implementará, em maio deste ano, a fase 2 do Gerenciamento de Doações de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Gedott), sistema que digitaliza e integra todas as etapas do processo de transplante no estado. Desenvolvido pela empresa Paipe Tecnologia e Inovação, de Novo Hamburgo, para a Central de Transplantes da Secretaria Estadual da Saúde, o sistema permite a gestão digital desde a doação até a recepção dos órgãos.

O diretor comercial da Paipe, Rogério Nath Corrêa, explica que a ferramenta permite o acompanhamento em tempo real da disponibilidade de órgãos, verificação de documentação obrigatória e localização imediata do receptor. “O Gedott confere agilidade e confiabilidade ao processo de doação de órgãos e tecidos ao integrar todos os agentes envolvidos em um único ambiente”, detalha Corrêa.

Na fase 1, concluída em setembro de 2024, o sistema otimizou o cadastro e a gestão de potenciais doadores, a entrevista familiar e a validação dos exames. A segunda fase, prevista para maio, abrangerá a distribuição do órgão por meio do Sistema Nacional de Transplantes, a captação e a avaliação psicossocial do receptor.

Impacto no sistema de transplantes

O chefe da Divisão de Transplantes do Departamento de Regulação Estadual, médico Rogério Caruso, destaca a importância da informatização do processo. “Precisávamos de uma solução informatizada para realizar o gerenciamento total dos processos no estado, abrangendo desde a identificação dos potenciais doadores até a certificação da implantação do órgão ou tecido no receptor”, afirma Caruso. “Assim, ganharemos transparência no processo de cadastro, notificação e acompanhamento dos doadores e receptores”, completa o médico.

Com a plena implementação do Gedott, estima-se que 1.000 usuários serão beneficiados mensalmente. Em 2024, o Rio Grande do Sul registrou um crescimento de 5,6% nos transplantes, totalizando 1,6 mil procedimentos, de acordo com a Secretaria da Saúde.

Desenvolvimento e integração do Gedott

A Paipe Tecnologia e Inovação venceu a licitação para implantação do Gedott em 2023 e trabalha em parceria com a Central de Transplantes desde então. Fundada em 2013, a empresa desenvolve softwares personalizados para setores como saúde, vendas, finanças, exportação e logística. No setor público, a Paipe também moderniza os sistemas da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e da Defensoria Pública de São Paulo.

Como se tornar doador de órgãos

O Ministério da Saúde orienta que, para ser um doador de órgãos no Brasil, é necessário comunicar a família. A doação só ocorre mediante autorização familiar, mesmo que a pessoa tenha manifestado essa intenção em vida. Após o diagnóstico de morte encefálica, os familiares são consultados e orientados sobre o processo. O registro em cartório ou informação em documentos não é necessário.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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