O Ministério Público do Rio Grande do Sul apresentou o Projeto Sinais, iniciativa voltada à identificação de sinais em crianças e adolescentes expostos a situações de violência extrema, na tarde desta segunda-feira (18), no auditório do 10º andar do Centro Administrativo Leopoldo Petry, em Novo Hamburgo. O encontro reuniu integrantes das forças de segurança de Novo Hamburgo, como Guarda Municipal, Polícia Civil e Brigada Militar, além de professores da rede municipal e conselheiros tutelares.
A palestra foi conduzida pelo promotor de justiça Fábio Costa, que destacou o isolamento como um dos primeiros sinais de alerta. “Ele busca pertencimento, deseja fazer parte de um grupo que lhe dê sentido e identidade. Quando não encontra esse espaço no mundo real, tende a buscar refúgio no ambiente virtual, onde acaba se afastando da convivência social e se tornando vulnerável à influência de grupos radicalizantes”, afirmou Costa.
Entre os fatores agravantes, citou o excesso de bullying, o tempo prolongado de exposição a telas e a convivência em famílias disfuncionais.
Papel da família na prevenção
A promotora de justiça da Promotoria Regional da Educação de Novo Hamburgo, Andreia Alliatti, ressaltou a importância da participação dos pais na rotina digital dos filhos. “Essa vigilância não deve ser encarada como uma forma de controle abusivo, mas como uma medida de proteção. A proposta é formar crianças e adolescentes capazes de reconhecerem riscos e evitar caminhos perigosos, muitas vezes incentivados por conteúdos disponíveis na internet”, expôs Andreia.
Ações de acompanhamento
Segundo Costa, atitudes simples no cotidiano podem fortalecer a proteção dos jovens. “Perguntar onde o filho vai, com quem estará e que horas voltará — adaptadas agora ao contexto digital. Saber quais grupos o adolescente frequenta na internet e o tipo de conteúdo que acessa é essencial para garantir sua segurança”, destacou o promotor.
Impacto para a rede local
O secretário de Segurança Pública de Novo Hamburgo, Rosalino Seara, avaliou a relevância do encontro para os profissionais de Novo Hamburgo. “A troca de experiências foi especialmente relevante para professores, conselheiros tutelares, policiais e agentes da guarda municipal, que agora se sentem mais preparados para lidar com possíveis ameaças no ambiente escolar”, afirmou o titular da pasta.