Da sala de aula para a Expoagro Afubra. Durante a quarta-feira (22), o público pode conferir o Fórum Sul-brasileiro de Educação Rural. Pela manhã e à tarde, na Arena 2 do Espaço de Inovação do Agro, professores, diretores, estudantes, representantes de secretarias municipais de Educação e de outros programas, parceiros do Verde é Vida, expuseram suas experiências vividas em localidades dos três estados do Sul do Brasil.
Com a proposta de discutir a educação rural em nível local e regional, o encontro possibilitou novos olhares sobre o tema. De Canguçu/RS, Cláudio Weege Büttow abordou vivências no Município. “Cada escola é diferente da outra. Por isso, elas têm autonomia para escolher uma disciplina que se adeque à realidade dos seus alunos”.
De acordo com ele, também há uma preocupação de possibilitar igualdade de condições. “Às vezes o estudante do meio rural não tem acesso a todas as ferramentas. Estamos procurando mudar essa realidade. Precisamos preparar o jovem muito bem para que ele queira ficar no campo. O aluno bem instruído vai ser o agricultor de sucesso”, acredita Cláudio.
Na primeira rodada de conversas, Scheila Daniele Henning, professora de Atalanta-SC, falou sobre os trabalhos realizados no contraturno escolar e da importância do acesso à tecnologia, entre outros pontos. “Hoje, se o produtor não tem esse acesso ele não consegue evoluir. É esse o tipo de entendimento que precisamos ter dentro da educação rural. Mostrar para quem está na área urbana que ser agricultor não é falta de opção”, apontou Scheila.
Ainda conforme a professora, para que o trabalho ocorra de forma mais efetiva, o apoio das administrações municipais é imprescindível. “Muitas vezes se tem a ideia, mas não o suporte financeiro. É preciso ir semeando, plantando”.
Secretário municipal de Educação de Santa Cruz do Sul/RS, Wagner Machado reforçou a necessidade da mudança. “Antes nós trabalhávamos a educação na escola como uma porta de fuga para o campo. Hoje a realidade é outra. O interior é pujante. A grande riqueza vem da fumicultura. Não podemos esquecer nossas raízes”.
Assim como os demais participantes, Wagner também acredita que tecnologia e inovação devem ser empregadas já na sala de aula. “Também estamos elaborando programas focados na regionalização. Queremos abrir espaço para que os estudantes consigam fazer transformações reais em suas comunidades. Por isso, abrir espaços para diálogos é fundamental. Queremos ensiná-los a reconhecer as condições que eles têm no campo, um tesouro em suas mãos”.
Para encerrar o primeiro momento, o coordenador pedagógico do Verde é Vida, José Leon Macedo Fernandes, citou o escritor Milton Santos: “Não se pode separar o urbano e o rural quando se fala em educação. Precisamos fazer com que o aluno viva o meio rural, mas aliado à tecnologia. Existem caminhos e eles estão acontecendo”.