Um grande pacto envolvendo o Poder Público, entidades de classe, o meio acadêmico, associações de bairro e a sociedade em geral foi selado na manhã desta sexta-feira (19) para a defesa da causa ambiental em Santa Cruz do Sul.
Em ato realizado diante de um Salão Nobre lotado, no Palacinho da Praça da Bandeira, a prefeita Helena Hermany lançou o Movimento pelo Cinturão Verde – no contexto de uma cidade socioambiental, sacramentado com a assinatura do decreto para a criação do Conselho Municipal de Gestão do Cinturão Verde.
A iniciativa busca mobilizar e organizar a sociedade para, coletivamente, planejar e executar estratégias para a preservação do corredor ecológico que circunda o município. Em sua fala, a prefeita Helena manifestou a intenção de transformar Santa Cruz do Sul em um modelo ambiental. “Queremos deixar um legado, com ênfase para o Cinturão Verde e a Várzea, no contexto de uma cidade socioambiental”.
Segundo a chefe do Executivo Municipal, hoje a sociedade vive o resultado da falta de cuidados com a natureza, com altas temperaturas, chuva acima da média, temporais e inundações. “Se nós erramos no passado, vamos fazer a diferença agora. Quando o assunto é meio ambiente, não existe meio termo: ou preservamos ou sofremos as consequências”, avaliou.
Conforme a prefeita, a participação de cada um é importante para que se alcancem melhores resultados na preservação do planeta. Ela conclamou a sociedade santa-cruzense a se engajar na causa. “Este é o marco divisor para fazermos nascer um futuro melhor. A preservação do Cinturão Verde significa um compromisso com a vida dos nossos filhos, netos e das futuras gerações,” concluiu.
Coube ao geólogo ambientalista José Alberto Wenzel, idealizador da proposta e designado pela prefeita Helena para dirigir o conselho municipal, apresentá-la ao público. Wenzel destacou que a iniciativa surgiu a partir de conversas com Helena, onde ela manifestou o desejo de fazer mais pelo meio ambiente, criando um legado sólido. Entretanto, salientou que se trata de uma proposta fluída, que quer congregar toda a sociedade em torno da defesa do cinturão. “Por isso que é um movimento. Não tem ninguém que vá parar esse processo, andaremos juntos. Não é uma mobilização de meia dúzia de iluminados, mas um movimento da comunidade santa-cruzense”.
O geólogo discorreu a respeito das 10 propostas sobre as quais o movimento se debruçará, que incluem itens como planejamento, sistematização e a transversalidade das iniciativas, e as ações que serão desenvolvidas dentro de cada uma delas, com os respectivos resultados esperados.
Para Wenzel, a adesão dos proprietários de áreas dentro do Cinturão Verde será fundamental para o êxito do movimento. A proposta prevê a valorização daqueles que buscam preservar o corredor ecológico, e avaliará a viabilidade de concessão de benefícios tributários, incentivos e implementação de parcerias público-privadas.
Para o ambientalista, é urgente que a comunidade atue em defesa de sua área verde. “O cinturão não é uma simples área ao lado de Santa Cruz do Sul. Nós somos o cinturão, o que acontecer com ele vai acontecer conosco”, alertou.
Wenzel fez também uma saudação especial ao atual secretário de Obras e Infraestrutura, Edmar Hermany. Durante sua gestão como prefeito de Santa Cruz do Sul, no dia 26 de maio de 1994, Hermany decretou a delimitação da área física do Cinturão e a definição dos termos de ocupação e uso do solo pelo Plano Diretor. “Ele teve a coragem de assinar o decreto 4117 e graças a isso temos esse regramento”.