Um canal exclusivo para o registro e acompanhamento de agressões contra profissionais da Saúde será implantado no Rio Grande do Sul. A medida foi definida na manhã desta quinta-feira (10), durante reunião entre representantes da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) e do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) com a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP/RS), em Porto Alegre. A iniciativa faz parte das ações do Observatório de Combate à Violência contra os Profissionais da Saúde, lançado no início de julho.
O canal será vinculado ao Observatório da Segurança da SSP/RS, com o objetivo de facilitar a coleta de dados reais e sistemáticos sobre agressões ocorridas dentro de instituições de Saúde. A proposta visa combater a subnotificação, dar maior visibilidade ao problema e subsidiar a formulação de políticas públicas voltadas à melhoria das condições de trabalho dos profissionais da área.
Importância da medida
O diretor de Comunicação e Marketing da Amrigs, Dr. Marcos André dos Santos, afirmou que a criação do canal representa um avanço importante para a categoria. “Essa é uma iniciativa que realmente faz a diferença. Nós, profissionais da saúde, não somos preparados para lidar com situações de agressão. Durante a nossa formação, na faculdade e ao longo da carreira, somos treinados para cuidar das pessoas, com foco na saúde e no bem-estar. Quando nos deparamos com hostilidades, na imensa maioria das vezes não sabemos como agir, e o auxílio das instituições que nos representam no âmbito da saúde, não são suficientes. Por isso, essa parceria é fundamental: para que o profissional — seja médico, enfermeiro ou de qualquer outra área — saiba a quem recorrer, se sinta amparado e tenha a segurança necessária para exercer sua profissão com dignidade”, comentou o dirigente.
O secretário da Segurança Pública, Sandro Caron, enfatizou a importância da ação conjunta e da obtenção de dados concretos sobre os casos. “Essa é uma ação necessária. A subnotificação é um desafio e precisamos trabalhar com informações reais. A criação de um observatório conjunto é um passo importante para garantir a proteção de quem está na linha de frente, cuidando da população. Sempre defendo que as pessoas registrem as ocorrências, porque não adianta termos números subestimados; precisamos trabalhar com dados concretos para enfrentar o problema com a seriedade que ele exige”, ressaltou Caron.
Observatório focará em dados e estratégias preventivas
Durante a reunião, o presidente do Simers, Dr. Marcelo Matias, reforçou a urgência da implementação de medidas efetivas diante do aumento dos casos de violência. A conselheira do Cremers, Dra. Laís Leboutte, também se manifestou, destacando a gravidade da situação e a necessidade de respostas estruturadas que tratem o problema com a complexidade exigida.
O Observatório de Combate à Violência contra os Profissionais da Saúde terá como foco principal a sistematização das informações, a articulação entre instituições e a definição de estratégias preventivas. A expectativa é que o novo canal contribua para a redução dos ataques e o fortalecimento da segurança nos ambientes de atendimento.