O Prato Principal da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha (ACI-NH/CB/EV) ocorreu nesta quinta-feira, 26 de agosto. Com o patrocínio de Sicredi Pioneira RS e Laboratório Fleming e o apoio máster de Universidade Feevale, o evento contou com a palestra da a secretária de educação do Rio Grande do Sul, Raquel Figueiredo Alessandri Teixeira.
No evento Raquel enfatizou a rede pública de educação está distante da realidade e é preciso reduzir a desigualdade entre estudantes das escolas públicas e privadas, começando pela recuperação de defasagem acentuada pela pandemia.
“Após um ano e meio de escolas fechadas, não há mais tempo a perder. A pandemia agravou a defasagem de aprendizagem no RS, que em 14 anos (2007-2021) caiu da 3ª para a 15ª posição no ranking da educação pública no país”, disse.
Dados do Anuário da Educação 2021 revelam um panorama preocupante. 82% das crianças e dos jovens frequentam a educação básica no Estado, mas, nas séries iniciais, 10,1% dos alunos têm mais de dois anos de atraso de aprendizagem, contingente que é ainda maior nos anos finais (29,5%) e no Ensino Médio (30,4%). “São percentuais acima da média nacional e que nos preocupam”, acrescentou a professora de 74 anos, que foi secretária de educação em Goiás e em São Paulo e assumiu o cargo em 1º de abril, a convite do governador Eduardo Leite.
Conforme ela, com recursos advindos das privatizações de estatais, a Secretaria de Educação (Seduc) desenvolve uma série de projetos para reverter o panorama, como o Programa de Aceleração e Recuperação da Aprendizagem, voltado à recuperação das perdas durante a pandemia. Iniciado este mês, contempla ações como avaliação diagnóstica e formativa, material didático impresso e digital, formação profissional, tecnologias digitais e um novo referencial curricular gaúcho.
Em março, foram criadas plataformas digitais de leitura, que disponibilizam a professores e estudantes da rede estadual, gratuitamente, um acervo de obras que pode ser acessado pelo computador ou smartphone. Elefante Letrado, focada nos anos iniciais do ensino fundamental, oferece livros, jogos interativos e relatórios de acompanhamento pedagógico a cerca de 250 mil alunos da rede estadual de ensino. Já a plataforma Árvore, voltada aos anos finais do ensino fundamental e ensino médio, conta com um acervo literário com mais de 30 mil obras, recursos pedagógicos para professores e estudantes, além de estímulo e desenvolvimento da leitura em sala de aula.
Pesquisa
Entre os meses de maio e junho, a Seduc realizou a pesquisa Avaliar é Tri, a partir da qual serão produzidos indicadores que revelem os níveis de defasagem e, com isso, possam orientar práticas pedagógicas mais focadas nas reais dificuldades dos estudantes nas disciplinas de português e matemática. “O mapa estratégico da Seduc para 2021 e 2022 pretende garantir uma aprendizagem de qualidade para todos de forma inclusiva e equitativa”, informou Raquel.
Conforme a secretária, não há receita mágica para superar os problemas da educação no RS e o combate à desigualdade é tarefa que todos têm que assumir, pois a situação atual da educação indica como será o país em 20 anos. As ações na área da educação envolvem, além da equipe da Seduc, professores, diretores e coordenadores regionais. 4 mil novos professores estão sendo contratados e receberão formação especial para a educação digital, que é uma das apostas do plano estratégico do governo estadual.
Também serão realizados o projeto Escola da Vida, com currículos aderentes às competências e habilidades para o século XXI, e o Centro Gaúcho de Educação Mediada por Tecnologia, em Porto Alegre. Já o tradicional Instituto de Educação Flores da Cunha, também na Capital, está sendo transformado para receber o Museu Escola do Amanhã e o Centro de Desenvolvimento dos Profissionais da Educação.
“Desde o último dia 25, estão sendo realizadas lives de formação de professores de língua portuguesa e matemática da rede estadual e, no dia 23, a carga horária de matemática foi ampliada em três horas semanais e a de língua portuguesa, em duas horas semanais”, revelou Raquel Teixeira, destacando que a valorização salarial dos mais de 15 mil profissionais da educação pública no RS também está nos planos.
Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria


