Prefeitura de Novo Hamburgo anuncia tombamento da Casa Imperial e da Casa Júlio Adams

Por Jonathan da Silva

Em celebração ao Dia Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural, comemorado nesta terça-feira (8), a Prefeitura de Novo Hamburgo oficializou o tombamento da Casa Imperial, localizada no Parque Municipal Floresta Imperial, e da Casa Júlio Adams – Casa CDL, situada na Rua Domingos de Almeida. A decisão reconhece o valor histórico, cultural e arquitetônico dos dois imóveis, considerados importantes testemunhos da memória da cidade.

Os decretos de tombamento foram assinados pelo prefeito Gustavo Finck (PP) e entregues durante cerimônia na Fundação Scheffel, que contou com representantes da Comusa Serviços de Água e Esgotos, responsável pelo parque onde está a Casa Imperial, e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), mantenedora da Casa Júlio Adams. “Sabemos que essas duas casas fazem parte da história de Novo Hamburgo. Por isso é importante reconhecer a relevância destes imóveis”, afirmou o chefe do executivo hamburguense.

O secretário de Cultura de Novo Hamburgo, Angelo Reinheimer, destacou que o ato atende a um pedido antigo do Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural (CMPHC) e permite que os imóveis passem a ter acesso a leis de incentivo à cultura estadual e federal. “Hoje é um dia especialmente emblemático, Dia do Patrimônio Histórico em Novo Hamburgo, que é a data de nascimento do Ernesto Frederico Scheffel. Ele foi a primeira pessoa a buscar a preservação do patrimônio histórico e cultural de Novo Hamburgo. Não se poderia homenagear de melhor maneira a figura Scheffel como essa, entregando dois tombamentos de prédios que ele reconhecia como de grande valor cultural, histórico e arquitetônico”, afirmou o titular da pasta.

Casa Imperial e a visita de Dom Pedro II

A Casa Imperial, localizada dentro do Parque Municipal Floresta Imperial, guarda um episódio marcante da história local. Em 1860, durante visita à região para acompanhar o projeto de imigração alemã no Rio Grande do Sul, Dom Pedro II teve sua cavalaria acampada nas proximidades do imóvel. O fato inspirou o nome do parque, que passou a ser conhecido como Floresta Imperial — ou Kaiserwald, em alemão, que significa “Floresta do Imperador”.

Embora existam relatos de que o imperador teria se hospedado na casa, registros oficiais indicam que ele ficou em um hotel pertencente à família de Jacob Kroeff, casado com uma descendente do casal Steigleder. Ainda assim, o episódio consolidou o valor simbólico do imóvel como parte da identidade histórica da cidade.

Para o diretor-geral da Comusa, Paulo Roberto Kopschina, o tombamento representa uma nova etapa de preservação. “Com o tombamento da Casa Imperial, nossa responsabilidade com o Parque Floresta Imperial cresce ainda mais. Estamos preservando a história e garantindo que esse patrimônio seja restaurado como foi concebido em sua origem, para que os hamburguenses possam continuar valorizando o legado de quem ajudou a construir nossa cidade”, afirmou Kopschina.

Casa Júlio Adams e o legado da indústria hamburguense

Já a Casa Júlio Adams – Casa CDL é uma construção de alvenaria do século XIX, com fachada de sete aberturas — uma porta e seis janelas — e um sótão. O prédio reflete a arquitetura dos irmãos Lipp e a história da industrialização de Novo Hamburgo.

Em 1927, o imóvel servia de residência para Júlio Adams, empresário e filho de Pedro Adams Filho, pioneiro da indústria calçadista na cidade. O espaço foi revitalizado pela CDL e reinaugurado em 2018, passando a integrar o Corredor Cultural de Novo Hamburgo.

O presidente da CDL, Leonardo Lessa, ressaltou o impacto simbólico da medida. “O reconhecimento é um marco que transcende a preservação arquitetônica. Ele consolida um elo fundamental entre a história industrial de Novo Hamburgo e seu futuro empreendedor”, destacou Lessa. Segundo ele, “a Casa CDL já não é apenas um prédio histórico, mas um ponto de efervescência cultural, um espaço de inclusão social e celebração comunitária, reafirmando o compromisso da nossa CDL com a história, a cultura e o desenvolvimento sustentável da cidade”.

Homenagem a Ernesto Frederico Scheffel

A escolha da data para o anúncio também teve significado simbólico. O Dia Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural, celebrado em 8 de outubro, marca o nascimento do artista hamburguense Ernesto Frederico Scheffel, que completaria 98 anos em 2025. Scheffel foi um dos principais defensores da preservação do patrimônio histórico e cultural de Novo Hamburgo, sendo homenageado na ocasião em que dois dos marcos mais representativos da cidade foram oficialmente reconhecidos como patrimônio municipal.

Foto: Ramon Belmonte/PMNH/Divulgação | Fonte: Assessoria
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