Especialistas alertam sobre os riscos do uso indiscriminado de testosterona

Por Jonathan da Silva

O uso inadequado de testosterona, especialmente em tratamentos estéticos e sem orientação médica, tem gerado preocupação entre profissionais de saúde, que destacam os graves riscos à saúde, principalmente em mulheres. A Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção do Rio Grande do Sul (SBD-RS) orienta que a testosterona só deve ser utilizada em casos de déficit hormonal diagnosticado e com acompanhamento médico.

De acordo com o endocrinologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Dr. Fernando Gerchmann, o uso de testosterona para fins estéticos, como melhorar a aparência física ou desempenho, é contraindicado devido aos riscos de efeitos colaterais irreversíveis. “É fundamental que o diagnóstico de deficiência seja baseado em sintomas claros e exames laboratoriais repetidos. No caso das mulheres, a única indicação válida é para tratar o transtorno de desejo sexual hipoativo na pós-menopausa. Não existe nível baixo de testosterona na mulher”, explicou o especialista.

Dr. Gerchmann alertou que muitas mulheres são convencidas a usar testosterona para tratar sintomas como cansaço, insônia e ganho de peso, que frequentemente têm outras causas, como estresse ou déficit de sono. O endocrinologista também destacou que o uso inadequado pode resultar em efeitos colaterais graves, como alterações de voz, aumento de pelos corporais, acne e alopecia.

Riscos do “chip da beleza”

O especialista também chamou atenção para o “chip da beleza”, um produto manipulado sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Esse método não possui controle de qualidade e pode levar a efeitos adversos sérios, incluindo alterações de humor, engrossamento da voz e diminuição das mamas”, afirmou Dr. Gerchmann, que ainda alertou que a testosterona pode interferir no tratamento de doenças como o câncer de mama.

Indicações médicas e tratamentos adequados

Em mulheres, a testosterona só é indicada após outras abordagens, como mudanças no estilo de vida ou o uso de antidepressivos, e apenas para tratar transtorno de desejo sexual hipoativo na menopausa. “Esse tratamento deve ser realizado com muito critério e rigor médico”, reforçou o especialista.

Para casos de suspeita de deficiência hormonal ou problemas dermatológicos relacionados ao uso inadequado de testosterona, é recomendável buscar orientação de especialistas como endocrinologistas, ginecologistas ou dermatologistas. Detalhes sobre profissionais capacitados estão disponíveis no site da SBD-RS, em sbdrs.org.br.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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