O Setembro Vermelho vem da saúde humana, sendo o mês que alerta para a prevenção e o tratamento das doenças cardiovasculares, mas os pets também podem sofrer com cardiopatias. Por isso, este mês, no dia 9, se comemora o Dia do Médico Veterinário, também serve para advertir os tutores sobre os males que podem atingir cães e gatos. A professora de Medicina Veterinária da UniRitter Marilia Avila Valandro, especializada em Cardiologia de pequenos animais, explica quais sinais devemos estar atentos para cuidar dos corações de nossos bichinhos de estimação.
“As doenças cardíacas em pets são mais comuns do que as pessoas imaginam, e ocorrem, em sua maioria, em cães de meia idade a idosos”, aponta a docente. Isso porque, nos animais, as doenças cardiovasculares estão associadas a questões genéticas ou degenerativas, não tendo a mesma correlação com obesidade e sedentarismo, como acontece entre os humanos. Algumas raças de cães e gatos exigem maior atenção, mas a idade avançada é o principal fator de risco. “A boa alimentação também é importante para os pets, que se estiverem obesos poderão sobrecarregar o sistema cardiovascular. Mas o acompanhamento cardiológico deve começar por volta dos 8 anos, ou ainda antes em raças de grande porte ou com maior predisposição a cardiopatias”, adverte a professora.
Essas doenças costumam ser silenciosas, ainda mais nos gatos, já que entre os cães os sintomas podem ser observados, por exemplo, durante o passeio. O primeiro deles costuma ser o cansaço fácil; depois, se somam tosse, dificuldade respiratória, língua arroxeada e pode haver até mesmo desmaios. “Esses são sinais de alerta para buscar atendimento veterinário, especialmente se o pet for de uma das raças com predisposição a doenças cardíacas. Nestes casos, é importante realizar check-ups cardiológicos frequentemente”, orienta Marilia.
Raças que requerem atenção
Entre os cães de pequeno porte, merecem atenção Yorkshire, Poodle, Shih-Tzu e demais raças de porte pequeno e médio, inclusive os Sem Raça Definida. Neles, esses sintomas costumam indicar endocardiose, doença que cursa com degeneração das válvulas cardíacas. Já as raças de porte grande, como Pastor Alemão, São Bernardo e Boxer, têm maior predisposição à cardiomiopatia dilatada, que afeta o músculo cardíaco. Nesses casos, o acompanhamento com especialista é aconselhado a partir dos 4 anos, sendo recomendado até antes para os Boxers.
Entre os felinos, a doença mais comum é a cardiomiopatia hipertrófica, em que a parede do coração se torna espessa. Essa condição costuma afetar Persas e Maine Coon, mas pode acometer inclusive animais Sem Raça Definida. Como os gatos não costumam manifestar desconforto facilmente, os tutores dos animais idosos devem ficar bastante atentos aos sintomas e fazer consultas periódicas com o veterinário. Em casos mais severos, os bichanos podem acabar respirando pela boca, ou até mesmo perder os movimentos das patinhas traseiras.
Calendário colorido
O calendário colorido do mundo animal faz alusão à medicina humana, atribuindo cores a cada mês para chamar a atenção para problemas de saúde que podem ser prevenidos ou tratados quando diagnosticados precocemente. Algumas doenças conhecidas entre os humanos também acometem os pets, como as cardiopatias. Outros problemas afetam mais especificamente os bichinhos, como o combate à crueldade e ao abandono animal, por exemplo.


