Tornar a doação de sangue um hábito é o grande desafio

Por Ester Ellwanger

O estilo de vida do mundo contemporâneo trouxe um ritmo intenso e a partir disso tornou-se comum a população ter comportamentos mais individualistas. Diante desse cenário a doação de sangue acaba muitas vezes ficando em segundo plano. Este foi um dos alertas feitos durante o Ciclo de Palestras Amrigs, realizado na noite desta terça-feira, 24 de agosto. Voltada para acadêmicos e profissionais das mais diversas áreas da saúde e políticas públicas o debate, que foi organizado pela Associação Médica do Rio Grande do Sul em parceria com o Departamento de Hematologia e Hemoterapia (DHHTC), serviu para esclarecer uma série de dúvidas sobre o processo. A mediação do encontro foi feita pela médica hematologista e hemoterapeuta, Mariângela Moschen.

Por muitos anos a transfusão de sangue era algo que envolvia muitos riscos. Hoje estamos muito mais seguros, porém precisando cada vez mais de doadores.”

“No passado, as doações envolviam sempre um familiar ou um amigo. Hoje, felizmente, o número de voluntários aumentou. São pessoas que encontraram um propósito a partir dessa consciência humana e social tendo um olhar mais empático e solidário nas nossas relações sociais. A doação é rápida e o processo é bastante simples”, afirmou a palestrante, bacharel em Serviço Social com especialização em Direitos Humanos, Franciele Roso.

“Por muitos anos a transfusão de sangue era algo que envolvia muitos riscos. Hoje estamos muito mais seguros, porém precisando cada vez mais de doadores. O sangue sintético é uma realidade ainda distante e precisamos desse gesto de solidariedade”, afirmou Franciele.

A doação

No ato de doação de sangue um dos processos de grande importância é a triagem clínica. A palestrante, graduada em Enfermagem pela Faculdade Fátima de Caxias do Sul e com mais de 20 anos de experiência em Hemoterapia, Claudineia de Souza Campos, reforça que a entrevista é sigilosa e para garantir a efetividade é importante que o doador confie no entrevistador e conceda respostas verdadeiras.

“Para doar sangue a vida sexual e o lazer importam. Não se trata de uma invasão de privacidade, mas uma questão matemática. Estudos mostram que quanto maior o número de parceiros, maiores as chances de adquirir uma DST”, explicou.
A palestra falou da trajetória do sangue LGBTQIA+ que vem mudando ao longo do tempo. Em 1980 teve início a epidemia de AIDS e em 1993 o Brasil seguiu outros países restringindo a doação de homossexuais. Em 2002, houve uma flexibilização. Em 2020, com a chegada da Covid, houve nova avaliação da restrição vindo a autorizar a doação por homossexuais.

A vacinação da Covid também impactou no processo. Após a imunização com a Coronavac é necessário esperar dois dias para fazer a doação. Quem fez as demais vacinas, deve esperar sete dias.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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