Foi inaugurada nesta segunda-feira (15) a primeira planta de produção de biometano do Rio Grande do Sul, a Biometano Sul. Localizado em Minas do Leão, o empreendimento é resultado de um investimento de R$ 150 milhões realizado pela Arpoador Energia e pelo Grupo Solví, com financiamento do Fundo Clima do BNDES. A unidade, instalada na central da CRVR, tem capacidade para produzir 66 mil metros cúbicos por dia de combustível renovável, que já foi contratado pela Ultragaz para abastecer o mercado industrial gaúcho.
O projeto recebeu incentivos estaduais por meio do Fundopem RS e do Integrar RS, que oferecem isenções fiscais e abatimento de encargos para estimular parcerias público-privadas. Durante a cerimônia de inauguração, que contou com a presença do governador Eduardo Leite (PSD), do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, e de representantes do Grupo Solví, foi destacada a importância do biometano para a matriz energética gaúcha.
O governador Leite afirmou que o projeto está alinhado às diretrizes de sustentabilidade do governo estadual. “Conta com incentivos por parte do governo do Estado, porque está perfeitamente associado aos conceitos de sustentabilidade que movem o nosso governo e que buscam, nesses investimentos, consolidar uma posição destacada do RS no tratamento de resíduos”, enfatizou o chefe do executivo estadual.

Autoridades como o governador Eduardo Leite marcaram presença na inauguração
Novos investimentos em energia renovável
O diretor da Biometano Sul, Rafael Salamoni, ressaltou que a iniciativa marca um novo momento para o estado. “Essa é a nossa primeira unidade, mas nosso compromisso com o futuro do RS vai muito além. No próximo ano, inauguraremos uma segunda planta em São Leopoldo, reforçando nossa missão de reduzir as emissões de gases de efeito estufa”, pontuou Salamoni.
Já o diretor-presidente da CRVR, Leomyr Girondi, destacou a relevância da transformação de resíduos em energia limpa. “Transformar resíduos em energia limpa para o desenvolvimento econômico e novas oportunidades para a sociedade é um momento histórico para o estado, que passa a contar com uma fonte renovável de energia produzida a partir do biogás gerado no aterro sanitário da CRVR”, afirmou Girondi.
Perspectivas para a economia
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, avaliou que a transição energética é estratégica para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. “O Rio Grande do Sul se posiciona com investimentos robustos por meio de incentivos do estado. O objetivo é produzir combustíveis renováveis, essenciais para atender à demanda da indústria e de toda a cadeia produtiva, que passa a adotar o biometano como alternativa viável para a descarbonização e uma produção cada vez mais sustentável”, comentou Polo.
Expansão no Vale do Sinos
A Solví já iniciou a construção de uma segunda planta de biometano em São Leopoldo, no Vale do Sinos. A unidade terá capacidade para gerar 34 mil m³ por dia e contará com investimentos de mais de R$ 100 milhões. Somadas, as duas plantas representam aportes de R$ 230 milhões, consolidando a empresa como uma das principais referências em transição energética no Sul do país.
O que é o biometano
O biometano é produzido a partir da purificação do biogás gerado pela decomposição de resíduos orgânicos em aterros sanitários. Com características semelhantes às do gás natural, pode ser aplicado em veículos, geração de energia, processos industriais e aquecimento. O combustível integra o programa federal Combustível do Futuro, que incentiva alternativas renováveis, ao lado do diesel verde e do combustível sustentável para aviação.


