O mercado de telefonia, que iniciou de forma analógica, passou por grande evolução tecnológica e, com o surgimento da telefonia móvel, o setor acumula muitos benefícios para os usuários, o que impacta diariamente no desenvolvimento das pessoas e das empresas. Para falar sobre os avanços e desafios do setor, a Contel Telecom, empresa santa-cruzense integrante do Pólo Tecnológico da Universidade de Santa Cruz do Sul (TecnoUnisc), realizou na manhã desta terça-feira, 19, o 1º Café Tecnológico.
A apresentação, no auditório do TecnoUnisc, foi conduzida pelo sócio-diretor da Contel Telecom, Cleber Fernandes, e pelo gerente Comercial, Jonas Lopes. O evento teve início com a explanação sobre o significado da sigla MVNO, Mobile Virtual Network Operator, que é uma operadora de rede móvel virtual. “É o direito de utilizar parte da infraestrutura oferecida por uma ou mais operadoras móveis, com torres e antenas. Uma MVNO não necessita de grandes investimentos e também não conta com espectros de radiofrequência. A sua responsabilidade fica a cargo do atendimento aos clientes, da comercialização e do faturamento dos serviços”, explicou Fernandes.
![](https://expansao.co/wp-content/uploads/2022/04/55510345619042022_Cafe_Tecnologico-1024x731.jpg)
Cleber Fernandes
Entre os benefícios do MVNO estão os preços mais competitivos se comparado às grandes operadoras móveis, comercialização de planos mais adequados às necessidades dos clientes e atendimento personalizado, visto que será um número menor de usuários. De acordo com Fernandes, existem muitas operadoras de rede móvel virtual no Brasil, entretanto, o público ainda tem dificuldade de distingui-las das tradicionais.
A MVNE, Mobile Virtual Network Enabler, é diferente da MVNO, ela é uma operadora móvel com rede que cuida de toda a infraestrutura e vende o serviço para a MVNO. Já a MVNA, Mobile Virtual Network Aggregator, como o nome salienta, é uma agregadora/facilitadora de operadoras móveis virtuais. “Ela é quem faz o ‘meio de campo’ entre as MVNEs e as MVNOs ao comprar grande quantidade de serviço das operadoras físicas e vendendo para as operadoras virtuais”, salientou o diretor.
Ambas as tecnologias tinham problemas seríssimos de interferência e não eram seguras. Naquela época, a recomendação era não utilizar o celular em locais com muitas pessoas, como aeroportos, a fim de evitar clonagem de linha”.
História
Durante o Café Tecnológico, Fernandes falou sobre a história da telefonia, desde o período analógico. Nesta época, a tecnologia que mais se destacou e ganhou proporção mundial foi o AMPS, Advanced Mobile Phone System, um sistema avançado de telefonia móvel, sendo o celular restrito ao serviço de voz. Logo após, foi a vez do TDMA, tecnologia digital que trazia uma qualidade de chamada superior, suporte a SMS e até mesmo internet WAP, similar a uma conexão discada. “Ambas as tecnologias tinham problemas seríssimos de interferência e não eram seguras. Naquela época, a recomendação era não utilizar o celular em locais com muitas pessoas, como aeroportos, a fim de evitar clonagem de linha”, destacou Lopes.
Com a evolução, surgiu o CDMA ou o GSM, um sistema economicamente mais vantajoso, totalmente digital e mais seguro. No que diz respeito ao SIM card, que é a identidade de uma linha telefônica, o destaque fica a cargo do IMSI, International Mobile SubscriberIdentity, um número de até 15 dígitos que marca a identidade internacional de uma linha, que armazena o país, operadora de origem e o número individual de uma linha para determinado SIM card. Atualmente, são três tipos em uso no mercado: Mini-SIM (2FF), Micro-SIM (3FF) e Nano-SIM (4FF).
Contel
Um pouco sobre a história da Contel Telefonia, empresa de telecomunicações com mais de 11 anos de trajetória, esteve em destaque no Café Tecnológico. Os primeiros passos foram dados em 2011 como consultoria de telecomunicações. Durante seis anos, a Contel acompanhou as mudanças tecnológicas do mercado e sentiu a necessidade de adaptação e evolução. O desenvolvimento de um software de gestão de refaturamento de linhas telefônicas e a mudança para dentro do TecnoUnisc marcaram o ano de 2017. Com isso, a organização aumentou a receita, a agilidade dos processos, entre outras melhorias.
Em 2020, a Contel Telecom recebeu a homologação junto à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para operar como MVNO. Na sequência, a empresa expandiu os negócios e foi aprovada no Pólo Tecnológico da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Porto Alegre – RS (Tecnopuc). Ao seguir a expansão, em janeiro de 2021, a Contel passou a ser uma franqueadora, associada à Associação Brasileira de Franchising (ABF), sendo, atualmente, nove franqueados desenvolvedores, com expectativa de chegar a 12, e 28 franquias home-office. Ainda em 2021, a organização contabilizou R$ 1,4 milhão em investimento captado e atingiu uma base de mais de 17,3 mil clientes.