O 17º Congresso Brasileiro sobre Adolescência foi aberto nesta quinta-feira (18), em Porto Alegre, reunindo conferências internacionais, painéis e apresentações científicas para discutir temas como saúde mental, imunizações, violência e o uso seguro de tecnologias. O evento é promovido pela Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e prossegue até sábado, com foco na qualificação do atendimento aos adolescentes no Brasil.
Durante a solenidade de abertura, o presidente da SPRS, José Paulo Ferreira, destacou a importância do esforço coletivo para melhorar o cuidado com adolescentes. “Ver toda essa quantidade de profissionais reunidos para enfrentar uma tarefa tão desafiadora, que é trabalhar com adolescentes, é motivo de grande satisfação. Estamos empenhados em fortalecer o papel do pediatra nesse processo e contamos com o total apoio da SBP para avançarmos na capacitação e na qualidade do atendimento”, afirmou Ferreira.
A presidente do Congresso, Lilian Day Hagel, por sua vez, ressaltou os resultados da mobilização. “Conseguimos trazer profissionais qualificados e diferenciados, muitos deles tendo contato pela primeira vez com a nossa especialidade e percebendo quantos adolescentes atendemos e como atuamos”, expôs Lilian.
Apoio institucional
O presidente da SBP, Edson Ferreira Liberal, frisou o compromisso da entidade. “Quero agradecer a todos que se uniram nesta causa e destacar o empenho da Sociedade Brasileira de Pediatria em valorizar o adolescente. Esse compromisso reforça que investir na juventude é investir em um futuro mais justo, saudável e cheio de oportunidades para todos”, comentou Liberal.
A consultora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), Luisete Moraes Bandeira, destacou a parceria da instituição. “Fico honrada de participar desse trabalho que a Sociedade Brasileira de Pediatria realiza com tanta força e compromisso, não apenas no Congresso, mas em várias iniciativas. Contem conosco para fortalecer esse trabalho conjunto”, afirmou Luisete.
A chefe de Saúde e Nutrição da Unicef no Brasil, Luciana Phebo, também enfatizou a importância da integração. “A saúde do adolescente precisa ser trabalhada de forma multidisciplinar e intersetorial. Participar de um congresso como este é uma oportunidade de trocar experiências, aprender com o que os outros estão fazendo e, ao mesmo tempo, estar aberto a novos conhecimentos”, pontuou Luciana.
Voz dos adolescentes
A representante do Ministério da Saúde, Denise Campos, alertou para a necessidade de políticas públicas específicas. “Hoje temos mais adolescentes do que crianças no país, e isso não significa, de forma alguma, desvalorizar a infância — que continua sendo prioridade. Mas é preciso compreender que de nada adianta investir tanto na primeira década de vida para, depois, negligenciar a adolescência”, ponderou Denise.
Um dos momentos destacados da cerimônia foi a participação de cerca de 20 jovens da Fundação Pão dos Pobres, que leram uma carta reivindicando direitos e oportunidades para os adolescentes. A enfermeira da instituição, Kátia Lopes Inácio, destacou o trabalho de acolhimento e aprendizagem desenvolvido pela entidade.
Programação científica
A agenda do dia incluiu conferências e painéis com especialistas nacionais e internacionais. O médico norte-americano Michael Rich apresentou a conferência “The Mediatrician’s Guide: convivência saudável com a tecnologia”, enquanto o psiquiatra Luís Augusto Rodhe destacou a necessidade de maior atenção à saúde mental dos jovens. Também foram debatidos temas como violência, rastreio do uso de substâncias psicoativas, dermatoses prevalentes e imunizações na adolescência.
As atividades do congresso prosseguem nesta sexta-feira e sábado, 19 e 20 de setembro. A programação completa está disponível no site da Sociedade Brasileira de Pediatria.


