A safra 2025/2026 de tabaco deve ser menor do que a anterior, segundo estimativa inicial divulgada na semana passada pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). O levantamento, realizado nos três estados do sul, indica que o clima mais úmido e as noites mais frias têm afetado o desenvolvimento das lavouras, resultando em previsão de queda na produção de todos os tipos de tabaco cultivados na região. A entidade aponta uma estimativa inicial de 685.274 toneladas produzidas no sul do Brasil, somando os tipos Virgínia, Burley e Comum.
O presidente da Afubra, Marcilio Drescher, afirma que os números consideram produtividade histórica e podem ser alterados ao longo da safra. “Quando falamos em números, é preciso ter em mente que são estimativas iniciais, números que levam em conta a média e, principalmente, o que vai determinar a safra, é o clima. Também precisamos sempre levar em conta que são mais de 500 municípios produtores no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná”, destaca Drescher.
O dirigente reforça que as condições climáticas distintas entre regiões podem equilibrar ou acentuar variações na produtividade. “Muitas vezes, quando em uma ou outra região o clima castiga e dá uma certa quebra de produção, em outras, ele é favorável, o que faz com que a produtividade e a produção sejam equilibradas”, afirma Drescher.
Produção por tipo de tabaco
O tabaco do tipo Virgínia, responsável por 90,47% da produção sul-brasileira, tem estimativa de 619.969 toneladas, uma redução de 4,35% em relação à safra anterior. No Rio Grande do Sul, a previsão é de 248.103 toneladas (-7,67%); em Santa Catarina, 202.002 toneladas (-2,50%); e no Paraná, 169.864 toneladas (-1,40%).
Para o tipo Burley, a estimativa inicial é de 54.979 toneladas (-7,80%). A produção prevista é de 30.919 toneladas no Rio Grande do Sul (-7,75%), 15.741 em Santa Catarina (-8,55%) e 8.320 no Paraná (-6,52%).
O tipo Comum tem estimativa de 10.326 toneladas (-14,47%), com 820 toneladas no Rio Grande do Sul (-28,66%), 1.089 em Santa Catarina (-40,64%) e 8.417 no Paraná (-7,39%).
Área plantada nos estados
A área total plantada com tabaco no Sul teve uma redução de 0,34%, resultando em 308.943 hectares. No Paraná, foram cultivados 83.834 hectares (-0,18%). O Burley e o Comum tiveram redução, com 4.162 hectares (-6,28%) e 3.840 hectares (-0,21%) respectivamente, enquanto o Virgínia registrou leve aumento, com 75.832 hectares (+0,18%).
Santa Catarina apresentou a maior redução na área plantada: 93.033 hectares (-1,25%). A maior queda ocorreu no tipo Comum, com 630 hectares (-40,06%). O Burley soma 7.564 hectares (-5,91%) e o Virgínia ocupa 84.839 hectares (-0,33%).
No Rio Grande do Sul, houve aumento de 0,22% na área plantada, totalizando 132.076 hectares. O Virgínia teve redução de 0,49% (115.612 hectares) e o Comum caiu 22,49% (510 hectares), enquanto o Burley aumentou 6,72%, alcançando 15.954 hectares.
Número de famílias produtoras
A estimativa aponta redução de 1,47% no número de famílias produtoras de tabaco nos três estados, totalizando 135.985. Santa Catarina registra 40.668 famílias (-2,52%), o Rio Grande do Sul tem 67.815 (-2,06%) e o Paraná apresenta aumento de 1,63%, com 27.502 famílias produtoras.
Produtividade prevista
A produtividade também deve diminuir na safra 2025/2026. No Rio Grande do Sul, a previsão é de 2.146 kg/ha no Virgínia (-7,22%), 1.938 kg/ha no Burley (-13,56%) e 1.607 kg/ha no Comum (-7,96%).
Em Santa Catarina, a estimativa é de 2.381 kg/ha no Virgínia (-2,18%), 2.081 kg/ha no Burley (-2,80%) e 1.729 kg/ha no Comum (-0,97%).
No Paraná, a produtividade prevista é de 2.240 kg/ha no Virgínia (-1,58%), 1.999 kg/ha no Burley (-0,25%) e 2.192 kg/ha no Comum (-7,20%).



