O Instituto Arlindo Ruggeri (IAR) lançou neste mês, em Novo Hamburgo, o Fundo Polifonia, primeiro fundo patrimonial do Rio Grande do Sul voltado exclusivamente à manutenção de projetos culturais. A iniciativa tem como objetivo garantir, de forma permanente, a sustentabilidade financeira de ações como a Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo (OSNH), os Núcleos de Orquestras Jovens de Novo Hamburgo e o Festival Internacional de Música de Novo Hamburgo (FeMusik), todos geridos pelo IAR.
Fundos patrimoniais funcionam por meio da arrecadação, gestão e destinação de doações de pessoas físicas e jurídicas privadas para programas e projetos de interesse público. Regulamentados por lei sancionada em 2019, já existem mais de 120 fundos do tipo no Brasil, segundo o Monitor de Fundos Patrimoniais.
O presidente do Fundo Polifonia, Gustavo Müller, explica que a proposta é construir um patrimônio que assegure, futuramente, a manutenção dos projetos apenas com os rendimentos financeiros. “O Polifonia é a primeira iniciativa do gênero aqui do estado que foca, exclusivamente, em projetos de cunho cultural. Nosso objetivo é buscar recursos das mais variadas fontes para que, no futuro, tenhamos um volume de investimentos que nos permita manter os nossos projetos apenas com os rendimentos do patrimônio arrecadado”, afirma Müller.
Continuidade da Orquestra de Sopros
A criação do fundo acontece em meio a dificuldades enfrentadas pela OSNH na busca por financiamento neste ano. A expectativa é que a iniciativa se consolide como alternativa para assegurar a longevidade dos projetos culturais mantidos pelo IAR. “Sabemos que não teremos um montante expressivo de doações neste primeiro momento. Esta não é uma solução para os próximos dois anos, mas pode ser a alternativa para que as próximas gerações não precisem se preocupar com o financiamento dos nossos projetos”, reforça Müller.
Campanhas de arrecadação
Paralelamente à estruturação do fundo, o instituto busca garantir recursos imediatos para a OSNH em 2026 e 2027. Segundo Müller, já há um projeto aprovado para captação via Lei Rouanet e negociações com o empresariado e a Prefeitura de Novo Hamburgo. O Polifonia, por sua vez, poderá receber recursos da iniciativa privada, tanto por meio de incentivos à Cultura quanto por doações diretas, além da contribuição de pessoas físicas. “Sentimos uma onda de solidariedade com a OSNH neste ano e queremos dar a possibilidade de que os entusiastas do projeto possam doar, mesmo que em pequenas somas. Só com a união de todos e todas vamos garantir que a nossa Orquestra esteja aqui nas próximas décadas”, conclui o presidente do Polifonia.

