Crianças e jovens com Transtorno do Espectro Autista (TEA) muitas vezes têm hipersenbilidade a sons, podendo ter algum tipo de desconforto com música alta. No entanto, é comprovado que a musicoterapia traz um excelente desenvolvimento em suas habilidades, principalmente na fala ou nos itens que a precedem (contato visual, imitação, entre outros). Assim, o musical Uma Sinfonia Diferente RS é todo adaptado para que pessoas com TEA sejam os protagonistas do espetáculo.
“A Câmara de Dirigentes Lojistas de Novo Hamburgo (CDL NH) sentiu-se honrada em receber este elenco tão especial para a gravação do espetáculo Uma Sinfonia Diferente RS, que traz tantas mudanças positivas na vida de crianças e adolescentes com TEA”, sustenta o presidente da CDL NH, Jorge Stoffel. No sábado e domingo, 21 e 22, a entidade foi palco para as gravações do musical, que será transmitido em uma live em 17 de outubro, à noite, via Facebook.
Uma Sinfonia Diferente já é um ícone no que se refere à inclusão”.
Conforme diretor de Cultura da CDL NH, Leonardo Lessa, é muito gratificante fazer parte de um projeto tão importante. “Uma Sinfonia Diferente já é um ícone no que se refere à inclusão. E temos o prazer de oferecer este espaço para que o evento se realize, mesmo em tempos de pandemia”, destaca.
Desde 2019, a apresentação vem emocionando pessoas de todo o país. O projeto consiste em uma acompanhamento de musicoterapia para pessoas no espectro autista, com idades entre 3 a 25 anos, em todos os graus do espectro (leve, moderado e severo). Após meses de acompanhamento, o espetáculo é o ponto culminante onde os participantes e suas famílias apresentam algumas das músicas trabalhadas ao longo das sessões, e contam com a coordenação e acompanhamento de músicos profissionais.
O poder transformador da música dentro do espectro
“No projeto Uma Sinfonia Diferente RS, a música é utilizada como ferramenta no desenvolvimento das pessoas atendidas”, destaca a coordenadora Grazi Pires, que é musicoterapeuta, cantora e compositora da banda 50 Tons de Pretas. Este ano, com os atendimentos remotos, a participação das famílias é ainda mais intensa, onde fica mais evidente o desenvolvimento. “A comunicação e interação social melhoram muito, que são algumas das dificuldades mais apresentadas no autismo”, destaca Grazi.
Este ano, serão apresentadas algumas músicas novas e outras já conhecidas do público, como Borboletas (Zélia Duncan) e Voa (50 Tons de Pretas). Algumas músicas são desenvolvidas exclusivamente para o projeto, e são escolhidas aquelas às quais os participantes se adaptaram melhor.
Atualmente, 45 famílias participam do projeto, que terá três dias de gravação – dois em Novo Hamburgo e um em Viamão. A filmagem ficará a cargo da Fiel Produtora. “Nestes três dias de gravação iremos captar imagens das crianças tocando instrumentos e cantado, e depois será feita a edição com o áudio das músicas, que são gravadas separadamente”, explica cinegrafista e editor, Luís Henrique Mauri.