Desde 2007, o montador Cristiano de Souza Sarmento atua na linha de montagem de tratores da AGCO, em Canoas, utilizando o tato como principal ferramenta de trabalho. Com deficiência visual, Cristiano foi o primeiro colaborador com essa condição a integrar a equipe da planta gaúcha e, ao longo de 18 anos, desempenha suas funções com base em um sistema de organização adaptado e suporte da equipe.
Cristiano utiliza a memória e a sensibilidade das mãos para identificar a posição e o encaixe das peças durante o processo de montagem. Para isso, conta com o padrão APS (Agco Production System) e com adaptações baseadas na metodologia 5S, voltada à organização e eficiência nos processos industriais. “Minhas mãos são minha visão. Cada peça que chega, confiro com o tato. Às vezes, identifico um defeito que passaria despercebido para quem usa apenas a visão”, afirma o montador.
Trajetória na empresa
Antes de ingressar na AGCO, Cristiano trabalhou por cinco anos na Associação de Deficientes Visuais de Canoas. Após concluir o ensino médio, decidiu buscar oportunidades na indústria e encaminhou seu currículo para a multinacional. “Queria trabalhar em uma multinacional, por isso entreguei meu currículo na AGCO. Participei das entrevistas e conquistei a oportunidade”, relembra o trabalhador.
Formado em Logística, Cristiano iniciou na montagem de radiadores e, ao longo dos anos, passou a desempenhar outras funções. “Gosto de aprender todos os dias e quero continuar crescendo. Sou cobrado como qualquer outro colaborador, e acho isso justo. Não sou diferente de ninguém, só uso sentidos diferentes para fazer o mesmo trabalho”, ressalta o montador.
Empresa destaca importância da inclusão
A vice-presidente de Recursos Humanos da AGCO para a América do Sul e Business Partner Global para a Massey Ferguson, Angélica Kanashiro, destaca a atuação do colaborador. “Cristiano é um exemplo de como o ambiente industrial pode — e deve — ser acessível a todos. Mais do que vencer barreiras físicas, ele inspira pela dedicação e pelo comprometimento com a qualidade. Acreditamos que equipes diversas são essenciais para construir o futuro da agricultura”, pontua Angélica.