“Estamos lidando com vidas. Precisamos pensar na segurança das pessoas. Por isso, é preciso que os técnicos das prefeituras de Novo Hamburgo e de São Leopoldo trabalhem juntos nesta questão do dique”, enfatizou a prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt, durante encontro no Ministério Público entre representantes das duas prefeituras e especialistas do Instituto Militar de Engenharia (IME), sediado no Rio de Janeiro e que vieram a Novo Hamburgo a partir de mobilização da prefeita Fátima. O dique foi uma construção do Exército na década de 1970 e entre os técnicos enviados está a professora de pós-graduação do IME Maria Esther Soares Marques, especialista em Geotecnia e que atou na empresa que construiu o dique.
Fátima vem trabalhando insistentemente por uma solução emergencial e segura para o dique e também por ações definitivas. A prefeita lembra que Novo Hamburgo tem 15 mil pessoas no bairro Santo Afonso que são diretamente impactadas pelo dique e que em algum momento precisam voltar com segurança para casa, número semelhante ou maior em São Leopoldo.
Os especialistas chegaram na madrugada de sábado e pela manhã já realizaram avaliações da situação do dique. Ao final do dia, se reuniram no MP hamburguense com técnicos das prefeituras de Novo Hamburgo e São Leopoldo, além de promotores dos MPs de Novo Hamburgo e São Leopoldo, e também do CREA RS e de professores de Engenharia.
Durante o encontro no MP, os especialistas do IME alertaram para a fragilidade do dique e o grande risco de se utilizar a crista do dique como caminho de trânsito pesado para ações ao lado da Casa de Bombas do bairro Santo Afonso, na parte em que houve ruptura no lado leopoldense do dique. Lembraram que o mais indicado era construir um caminho até o local, aproveitando a possibilidade do próprio Exército em construir este caminho. Também lembraram que a obra que está sendo feita agora pela prefeitura de São Leopoldo não possibilita o retorno a curto prazo das famílias para suas casas, uma vez que as águas precisam ser retiradas com bombas flutuantes e que ainda há afluência de água pelo arroio Gauchinho e o fato de estarmos em época de chuvas.
Após as considerações de todos os participantes e avaliações, o promotor Ferreira propôs que os técnicos das duas prefeituras, mais os representantes do IME, seguissem reunidos para buscar uma solução conjunta.
Após contas e análises envolvendo cotas do terreno e das ruas, distância até a Casa de Bombas e necessidade de material, a alternativa proposta em consenso entre todos os técnicos foi aproveitar cotas mais altas de algumas ruas da Vila Palmeira, aterrar partes necessárias na construção de uma rampa para chegar até o dique junto à Casa de Bombas. Com isso, os caminhões viriam carregados de material pela rampa e retornariam vazios pela crista do dique, mantendo a segurança do dique. Entre as ruas a serem utilizadas estão Leopoldo Wasum e Hugo Erni Feltes. Esta alternativa possibilita retirar as bombas para limpeza e secagem mais rapidamente. E também a construção mais rápida da chamada ensecadeira, estrutura necessária para o conserto do dique. Os técnicos ficaram de levar esta possibilidade para análise dos respectivos prefeitos.