Jovens com formação técnica de nível médio têm maior chance de conseguir emprego e alcançar salários mais altos de acordo com estudos divulgados em 2023 pelo Insper e pelo Itaú Educação e Trabalho. Os dados indicam que profissionais com ensino técnico podem ter rendimento até 32% superior ao longo da vida em comparação com aqueles que concluem apenas o ensino médio regular.
A pesquisa também revela que, se o Brasil triplicasse o número de matrículas em cursos técnicos, o Produto Interno Bruto (PIB) poderia crescer até 2,32%, impulsionado pelo aumento de produtividade da força de trabalho intermediária. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a taxa de empregabilidade de quem possui formação técnica é cinco pontos percentuais maior.
Referências internacionais e impacto na formação
O modelo de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) é amplamente utilizado em países como Alemanha, Austrália e Coreia do Sul. Na Alemanha, mais de 95% dos jovens formados em cursos técnicos são empregados, muitos nas mesmas empresas onde atuaram como aprendizes. A Austrália registra mais de 4 milhões de matrículas anuais em cursos técnicos e possui taxas de inserção profissional acima de 80%. Já a Coreia do Sul investe em instituições como as Meister Schools, voltadas a atender demandas industriais estratégicas.
Além da inserção no mercado, o ensino técnico pode contribuir para o desempenho no ensino superior. Jovens com passagem pela EPT tendem a iniciar a universidade com mais experiência profissional e maturidade, o que está relacionado a maiores taxas de conclusão.
Crédito educativo para cursos técnicos
Com o objetivo de ampliar o acesso ao ensino técnico no Brasil, a Fundacred — instituição sem fins lucrativos com mais de 50 anos de atuação — oferece crédito educativo exclusivo para cursos técnicos em escolas privadas. O modelo permite que o estudante pague uma parte do valor durante o curso e o restante após a conclusão, com condições consideradas acessíveis. Somente no Rio Grande do Sul, 1.382 estudantes são beneficiados atualmente.
Segundo o presidente da Fundacred, Nivio Lewis Delgado, “é um mecanismo de inclusão produtiva rápida, que ajuda o jovem a conquistar sua primeira renda formal, retornar ou ingressar no ensino técnico e romper o ciclo de exclusão representado pelo desalento”.
A iniciativa busca reduzir uma das principais barreiras à formação técnica: o custo imediato. A Fundacred segue ampliando parcerias com instituições de ensino para estender o programa a jovens de comunidades vulneráveis em diferentes regiões do país.