Com o início do inverno e a queda das temperaturas no sul do Brasil, especialistas alertam que a população idosa enfrenta riscos elevados de doenças respiratórias, cardiovasculares e problemas emocionais, principalmente nos meses de julho e agosto. A combinação de imunidade reduzida, maior incidência de doenças crônicas e sensibilidade ao frio faz dessa faixa etária um grupo mais suscetível a complicações de saúde.
O Rio Grande do Sul lidera o envelhecimento populacional no país, com 115 idosos para cada 100 crianças, segundo dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Santa Catarina e Paraná também apresentam índices acima da média nacional. O cenário, aliado ao aumento da circulação de vírus respiratórios no período, preocupa profissionais de saúde.
Doenças e fatores agravantes
O clínico geral da Hapvida, Caciano Krenchinski, explica que, com o avanço da idade, o sistema imunológico torna-se menos eficiente. “O sistema imunológico torna-se menos eficiente na resposta a infecções, enquanto a função pulmonar declina e as vias aéreas perdem elasticidade, dificultando a eliminação de secreções”, afirma o especialista, que reforça que a presença de comorbidades como diabetes e doenças cardiovasculares também amplia os riscos.
Durante o frio, ambientes fechados e pouco ventilados favorecem a transmissão de vírus. “Em temperaturas baixas, ocorre a vasoconstrição, elevando a pressão arterial e aumentando o risco de eventos cardiovasculares, como infartos e AVCs”, completa Krenchinski.
Cuidados com o corpo e a mente
Além dos problemas físicos, o isolamento social tende a se intensificar nos dias frios e impacta diretamente o bem-estar emocional. “A redução do convívio social, aliada à menor exposição à luz solar e à limitação de atividades externas, contribui para sentimentos de solidão, perda de propósito e desmotivação”, explica o clínico.
Para reduzir os riscos, o médico orienta manter o corpo aquecido com roupas adequadas e ambiente protegido, realizar atividades físicas leves e manter alimentação nutritiva e hidratação. Entre as recomendações, estão também o uso de roupas térmicas, luvas e compressas mornas para reduzir dores articulares, além de acompanhamento médico e fisioterapêutico.
O papel de familiares e cuidadores
Krenchinski destaca que o envolvimento dos familiares e cuidadores é decisivo. “É importante manter contato frequente para acompanhar o estado físico e emocional e prevenir o isolamento”, ressalta o especialista. Outros cuidados incluem atenção à vedação de janelas, ao uso seguro de aquecedores e à prevenção de quedas, além de oferecer refeições quentes e monitorar sinais de hipotermia, depressão ou ansiedade.
Para reforçar o sistema imunológico, o médico orienta o consumo de frutas ricas em vitamina C, como laranja e acerola, vegetais como brócolis e fontes de vitamina D, como peixes e ovos. A suplementação deve ser avaliada por um especialista, principalmente pela menor exposição solar no inverno.
O que é a Hapvida
Com cerca de 80 anos de atuação, a Hapvida é a maior empresa de saúde integrada da América Latina e atende quase 16 milhões de beneficiários em todo o Brasil, com uma rede de 87 hospitais, 78 prontos atendimentos e 351 clínicas médicas.