O Hospital Moinhos de Vento, localizado em Porto Alegre, realizou nesta semana o primeiro procedimento de reparação da válvula tricúspide na região sul do país. A técnica utiliza um clipe desenvolvido para corrigir insuficiências ou regurgitações importantes da válvula tricúspide, oferecendo uma alternativa minimamente invasiva à cirurgia aberta.
O procedimento, realizado por meio de cateterismo, é semelhante à técnica utilizada para a válvula mitral, na qual o Hospital Moinhos de Vento possui a maior experiência no Brasil. A cirurgia foi acompanhada por médicos dos Estados Unidos e do Canadá, incluindo o cardiologista intervencionista Dr. Akshay Bagai, do St. Michael’s Hospital, em Toronto.
Segundo o coordenador da Unidade de Angiografia Cardiovascular do hospital e responsável técnico pelo procedimento, Marco Wainstein, o tratamento restaura a anatomia original da válvula tricúspide e reduz a insuficiência cardíaca. “Essa correção por cateter determina um reparo da válvula, restaurando a sua anatomia original e diminuindo a insuficiência cardíaca, com a consequente melhora dos sintomas”, afirma Wainstein.
Detalhes do caso
A paciente submetida ao tratamento é uma mulher de 71 anos com insuficiência cardíaca avançada. Este foi o terceiro procedimento do tipo realizado no Brasil, sendo os dois primeiros feitos em São Paulo. A tecnologia foi introduzida no país há cerca de 15 dias.
Função das válvulas cardíacas
O coração possui quatro válvulas principais: tricúspide, pulmonar, mitral e aórtica. Elas garantem o fluxo unidirecional do sangue e previnem o refluxo para as câmaras anteriores do coração, sendo essenciais para a saúde do sistema circulatório.
A válvula tricúspide, localizada entre o átrio direito e o ventrículo direito, regula o fluxo de sangue entre essas câmaras. Já a mitral controla o fluxo do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, impedindo o refluxo durante a contração cardíaca.
Avanços na medicina cardiológica
A chefe do Serviço de Cardiologia do Hospital Moinhos de Vento, Carisi Polanczyk, destacou o progresso da medicina cardiológica em técnicas menos invasivas. “A medicina cardiológica avança a passos impressionantes nos últimos anos, especialmente com a inovação em técnicas menos invasivas, com menor risco e desconforto ao paciente e possibilidade de breve recuperação. É uma satisfação e motivo de orgulho contar com uma equipe multidisciplinar ampla e extremamente qualificada para oferecer isso aos nossos pacientes”, afirmou Carisi.