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Fundação Iberê

Cultura

Fundação Iberê estreia série de concertos de música de câmara

Por Amanda Krohn 03/08/2022
Por Amanda Krohn

A Fundação Iberê estreia, neste domingo (7), a temporada de música de câmara. Com curadoria de Érico Marques (GO), Lucas Brayner (PE), Henrique Amado (SP) e Nayane Nogueira (MG), os grupos são formados, em sua maioria, por músicos da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA). A primeira apresentação será do Cordas ao Vento, integrado por Érico Marques (oboé), Francisco Coser e Leonardo Bock (violinos), João Senna (viola) e Rafael Costa (cello). No repertório, clássicos de Bach, Dorati, Dorak e B. H. Crusell, que tem como tema Atmosferas. As apresentações ocorrerão no primeiro domingo de cada mês, sempre às 17h, no auditório. A entrada será gratuita, com retirada de senha uma hora antes de cada recital.

Sobre os curadores

Érico Marques – Natural de Goiânia, iniciou os estudos musicais aos 8 anos de idade. Aos 14, já viaja a Brasília (250 km de Goiânia) para fazer aula de oboé. Com 17 anos, mudou-se para São Paulo para cursar bacharelado em oboé, pela Universidade Estadual Paulista (UNESO). Em 2013, aos 19 anos, foi aceito na Academia de Música da Osesp. Como vencedor do prêmio Eleazar de Carvalho, ganhou intercâmbio na Royal Academy of Musica (UK). Foi oboista na Orquestra Sinfônica de Goiânia (2016); tocou na Orquestra Filarmônica de Goiás (2017) e, desde 2018, integra a OSPA.

Lucas Brayner – Natural de Recife (PE), iniciou seus estudos de piano na França, aos 7 anos de idade, com o professor Jean-Paul Marron e, dois anos depois, com Yves Gidrol. Formado pelo Conservatório de Paris, retornou ao Brasil para cursar bacharelado em piano na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Mestre em Práticas Interpretativas pela UFGRS, faz doutorado na mesma universidade, sob a orientação de Cristina Capparelli Gerling. Ao lado de Nayane Nogueira, forma o Duo Lune (piano 4 mãos), vencedor do 28° Concurso Nacional de Piano de Ituiutaba (2021). Atualmente, leciona piano no Curso de Extensão da UFGRS.

Nayane Nogueira – Nascida em Canápolis (MG), iniciou os estudos de piano aos 15 anos de idade, no Conservatório Estadual de Música de Ituiutaba. É bacharel em piano pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e mestre e doutora em Práticas Interpretativas pela UFGRS, e professora de teclado/piano no Instituto Federal do Rio Grande do Sul – Campus Porto Alegre.

Henrique Amado – Natural de São Paulo, iniciou os estudos de música aos 12 anos, na Escola Municipal de Música de São Paulo. Em 2007, ingressou no curso de Bacharelado em Flauta transversal da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Cursou pós-graduação em regência nos anos de 2015 e 2016. Como flautista, integrou diversas orquestras, como: Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, Banda Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, Orquestra Experimental de Repertório – SP, Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto – SP, Orquestra do Theatro São Pedro – SP e, atualmente, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA).

O grupo Cordas ao Vento será o primeiro a se apresentar.

A Fundação Iberê tem o patrocínio de Crown Brand-Building Packaging, Grupo Gerdau, Renner Coatings, Grupo Iesa, Grupo Savar, Grupo GPS, Itaú, CEEE-D Equatorial Energia, DLL Group, Lojas Renner, Sulgás e Unifertil, e apoio de Instituto Ling, Ventos do Sul Energia, Dell Technologies, Digicon/Perto, Golden Lake Multiplan, Hilton Hotéis, Laghetto Hotéis, Coasa Auditoria, Syscom e Isend, com realização e financiamento da Secretaria Estadual de Cultura/ Pró-Cultura RS e da Secretaria Especial da Cultura – Ministério da Cidadania / Governo Federal.

Cronograma

7 de agosto | Domingo | 17h
Grupo: Cordas ao Ventos
Tema: Atmosferas

4 de setembro | Domingo | 17h
Grupo: Quinteto de Sopros
Tema: Música Brasileira

2 de outubro | Domingo | 17h
Grupo: Um Duo de Três e convidado
Tema: Uma passagem pela história da música

6 de novembro | Domingo | 17h
Grupo: Lieder e Canções
Tema: Lieder e Canções

4 de dezembro | Domingo | 17h
Tema: Especial de Natal

Foto: Nilton Santolin/Divulgação | Fonte: Assessoria
03/08/2022 0 Comentários 775 Visualizações
Cultura

Fundação Iberê promove oficina de xilogravura e visita arquitetônica mediada neste sábado

Por Ester Ellwanger 26/05/2022
Por Ester Ellwanger

No próximo sábado, 28, a Fundação Iberê celebra os 14 anos de inauguração do prédio, localizado na Avenida Padre Cacique, com uma Oficina de Xilogravura. A atividade ocorre às 15h, com inscrição gratuita, pelo link.

A xilogravura consiste em uma gravura na qual se utiliza uma madeira como matriz, possibilitando a reprodução da imagem gravada sobre papel ou outro suporte adequado. O processo é muito parecido com o carimbo. Nesta técnica, a madeira é entalhada com a ajuda de um instrumento cortante, formando a figura ou forma (matriz) que se pretende imprimir. Em seguida, com um rolo de borracha embebido com tinta, toca-se apenas as partes elevadas do entalhe.

No domingo, 29, o Programa Educativo realiza duas visitas arquitetônicas mediadas pela Fundação Iberê, considerada uma das mais importantes obras de Álvaro Siza, que recebeu o Troféu Leão de Ouro da 8ª Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2002, e o Mies Crown Hall Americas Prize, em 2014. As atividades ocorrem às 15h e às 17h, com limite de 20 pessoas por horário. As inscrições gratuitas devem ser feitas pelos seguintes links:

• Visita às 15h: encurtador.com.br/hvDN9
• Visita às 17h: encurtador.com.br/bmtuQ

Sonho realizado

Por toda a vida, Iberê e Maria Camargo tiveram todos os cuidados para que as obras do pintor perpetuassem intactas. Trataram de formar uma coleção completa, documentaram cada passo, chamaram fotógrafos e deixaram todas as pistas para uma boa reconstituição biográfica.

O sonho de ter a própria Fundação estava delineado antes mesmo da morte de Iberê, em 1994, e sua viabilização foi muito rápida. No ano seguinte já ocupava a casa-atelier, no bairro Nonoai. Artistas convidados mantinham a prensa de gravuras funcionando, curadores selecionavam obras para expô-las na “casa-fundação” e pesquisadores, curadores e críticos foram envolvidos em um processo de pesquisa, catalogação e discussão dos destinos do centro cultural.

Visita gratuita

De quinta a domingo (26 a 29), das 14h às 18h (última entrada) a Fundação Iberê abre gratuitamente para visitação.

Serviço

Visitação gratuita

De 26 a 29 de maio | Quinta a domingo
Horário: 14 às 18h (última entrada)
Informações: http://iberecamargo.org.br/

Oficina de Xilogravura

Quando: 28 de maio | Sábado | 15h
Número de vagas: 12
Público-alvo: maiores de 16 anos
Local: Fundação Iberê – Avenida Padre Cacique, 2000 – Bairro Cristal
Inscrições gratuitas: através do link encurtador.com.br/qyG07

Visita arquitetônica mediada

Quando: 29 de maio | Domingo | 15h e 17h
Vagas por turma: 20
Público-alvo: maiores de 16 anos
Inscrições gratuitas: para visita às 15h encurtador.com.br/hvDN9;  para visita às 17h, encurtador.com.br/bmtuQ.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
26/05/2022 0 Comentários 678 Visualizações
Cultura

Magliani será homenageada pela Fundação Iberê com uma grande exposição que resgata 50 anos de produção

Por Stephany Foscarini 13/03/2022
Por Stephany Foscarini

No dia 19 de março (sábado), às 14h, a Fundação Iberê inaugura uma grande e inédita exposição de Maria Lídia Magliani (1946-2012). “Magliani” reunirá cerca de 200 obras provenientes de mais de 60 coleções, incluindo os principais museus do Brasil como Museu de Arte do Rio, Museu Afro Brasil, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, MAC-USP, MAC-RS, Museu de Arte de Santa Catarina, MARGS, Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (Pelotas) e Fundação Vera Chaves Barcellos (Viamão). Com curadoria de Denise Mattar (SP) e de Gustavo Possamai (RS), a mostra inclui trabalhos desde a época de estudante – início dos anos 1960 – até 2012, ano de seu falecimento.

A obra de Magliani é um desafio. Não é uma arte fácil, é feita para incomodar, para fazer refletir. A artista estava interessada nas questões humanas, nas relações entre os seres, nos problemas e no sofrimento inerente à existência: o desencontro, o desamor, a hipocrisia da sociedade, o medo da solidão”.

“A obra de Magliani é um desafio. Não é uma arte fácil, é feita para incomodar, para fazer refletir. A artista estava interessada nas questões humanas, nas relações entre os seres, nos problemas e no sofrimento inerente à existência: o desencontro, o desamor, a hipocrisia da sociedade, o medo da solidão. A apresentação de seu trabalho na Fundação Iberê, torna inevitável o paralelo com pintor. Em 1993, Iberê disse: ‘Eu não nasci para brincar com a figura, fazer berloques, enfeitar o mundo. Eu pinto porque a vida dói’. Uma frase que poderia ser de Magliani, que, em 1997, escreveu: ‘Eu gostaria de dizer às pessoas que veem os meus quadros: ‘Sinto muito senhores, não é agradável’”, destaca Denise, que conheceu Maria Lídia Magliani em 1987. Ela era diretora técnica do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e a artista participou do Panorama da Arte Brasileira. Anos mais tarde, em 2004, a curadora reencontrou Magliani no Rio de Janeiro, onde fez a apresentação da exposição Trabalho Manual.

Magliani foi uma artista rara e merece todo reconhecimento. Por isso, garimpamos e reunimos o máximo de obras possível, sem medir esforços”.

Como lembra Gustavo Possamai, responsável pelo acervo da Fundação Iberê: “Magliani foi uma artista rara e merece todo reconhecimento. Por isso, garimpamos e reunimos o máximo de obras possível, sem medir esforços. Promovemos a restauração de muitas delas, reunimos escritos e depoimentos seus e de quem escreveu sobre seu trabalho, revisamos e ampliamos sua cronologia. É nossa forma de contribuição para a redescoberta de seu trabalho.” Possamai conta que, durante o processo de pesquisa, foi encontrada uma carta de Iberê para Magliani, datada de 1992, na qual o pintor escreveu: “Nós dois temos a mesma meta, o mesmo ideal, a mesma devoção. Haveremos de deixar nossos rastros neste chão em que nascemos.” Um depoimento precioso que reitera a oportunidade dessa exposição.

“…pinto a solidão no meio da cidade… a solidão do consumo”

Nascida em 25 de janeiro de 1946, na cidade de Pelotas, Magliani veio morar em Porto Alegre, com 4 anos de idade. As informações sobre a família são esparsas. Seu avô era italiano, decorador de paredes; o pai era servidor público e a mãe fazia serviços domésticos. Apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pela família, desde a adolescência gostava de ler, de ouvir música, de ir ao cinema, ao teatro, de desenhar e de pintar.

Magliani formou-se em Artes Plásticas pelo Instituto de Artes da UFRGS, mas se autodenominava pintora: “artista plástico faz muita coisa; eu só pinto, desenho, gravo, tudo derivado da pintura”. Apesar da afirmação, ainda na década de 1960, trabalhou em teatro, ilustrando capas de programas, fazendo cenografia e atuando em peças, como “A Celestina” (1970), de Fernando Rojas; “As Criadas” (1969), de Jean Genet, e “O negrinho do pastoreio” (1970), de Delmar Mancuso, nesta última como protagonista. Em 1969, em parceria com Francisco Aron, criou o “Espaço de Arte”, no corredor do Teatro Aldeia II, onde expôs pinturas. Também se interessava por moda, e apreciava customizar, costurar e tricotar o que vestia.

Outra área de atuação foram os jornais, onde trabalhou, nos anos 1970, como diagramadora e ilustradora, ofício retomado em algumas mudanças de cidade posteriormente. Os jornais foram Folha da Manhã, Diário de Notícias, Zero Hora e Folha de São Paulo, entre outras participações e ilustrações.

Magliani deixou de residir em Porto Alegre em 1980, morou em São Paulo, em Tiradentes, Minas Gerais e no Rio de Janeiro, mas nunca se desligou nem de Porto Alegre e nem de sua terra natal, Pelotas, realizando regularmente exposições nessas cidades.

Sua produção é intensa e vigorosa e a exposição apresenta um panorama bastante consistente de seu trabalho. A mostra é complementada por uma publicação dividida em dois volumes: o primeiro deles concebido como um catálogo de obras, e o segundo reunindo entrevistas e textos de Magliani, algumas de suas cartas, textos sobre ela de autores como: Teniza Spinelli, Celso Marques, Carlos Scarinci, Angélica de Moraes, Maria Amélia Bulhões, entre outros.

Reunindo um volume significativo de obras, a exposição apresenta trabalhos de todo o percurso de Magliani, organizados de forma cronológica e mostrando as alterações que sua obra foi sofrendo ao longo dos anos. Para compartilhar com o público a instigante personalidade da artista e sua multiplicidade, o trajeto da mostra é complementado com algumas frases e fotos da artista em vários momentos de sua vida.

Na sequência são apresentadas pinturas do início de sua carreira, de 1964 a 1967, caracterizadas por um clima melancólico e lírico, com a inserção das frases poéticas riscadas sobre a tinta: A espera do canto (c.1965/1966), O mesmo corpo com som de primavera (1966), Autorretrato na nuvem (1966), Eu tenho a flor (1967) e Eu sou a inútil pureza nascida de dois silêncios (1967) são algumas delas.

Em 1968 há uma mudança significativa na obra da artista, na qual ela se descreve como uma “delatora do desencontro”. É uma fase de passagem, influenciada pela pop art com trabalhos, como Segundo canto para o amigo triste e As portas fechadas da cidade.

Era um período difícil da ditadura militar e a convivência com a censura nas redações influencia a obra de Magliani. Seu repertório torna-se mais drástico, e, em 1976, ela faz a exposição Anotações para uma história, no MARGS. Foi um choque! A sociedade gaúcha não estava preparada para o que viu, e rejeitou com veemência o trabalho. No ano seguinte, levou ainda mais longe sua proposta realizando a série Elas, com grotescas mulheres seminuas, imensamente gordas, que ela considerava uma espécie de retrato interior da humanidade, e dizia: “Minha intenção é fazer a figura sair da tela, se derramar por cima da gente, sufocando”. A série, muito bem representada na retrospectiva, chamou a atenção dos críticos Jacob Klintowitz e Marc Berkowitz e foi determinante para a mudança da artista para São Paulo. Antes de ir embora, realizou na Galeria Independência, em Porto Alegre, a exposição Brinquedo de armar, reunindo desenhos e pinturas, sobre as quais dizia: “Acho que a mulher é o brinquedo mais armado e desarmado constantemente. Mas considero que todo mundo é, ou pode ser, um brinquedo de armar.”

O período de 1980 a 1988, o mais marcante da carreira da artista, coincide com o tempo em que ela residiu em São Paulo. Lá produziria as séries Retratos falados, Crônica do amanhecer e Discussões com Deus. Abandonando os tons sépia, passa a usar cores vibrantes e ácidas; mescla lápis de cor, de cera, pastel, grafite e até materiais de maquiagem, como corretivo e delineador, e muda o tratamento da pintura, usando a tinta acrílica e adotando pinceladas ágeis e gestuais, como traços de desenho, num processo que imprime movimento ao trabalho. É um momento no qual a obra de Magliani conversa de perto com a de Francis Bacon, atingindo o ápice de contundência e visceralidade da pintora. Retorcidos e distorcidos, corpos e rostos se desfazem e refazem, em movimentos bruscos.

Seus trabalhos são apresentados no Panorama do Museu de Arte Moderna de São Paulo, na Bienal de São Paulo, e, em 1987, Evelyn Ioschpe promove no MARGS uma mostra de caráter retrospectivo: Auto-retrato dentro da jaula. Dez anos depois da rejeição que sofrera, Magliani foi acolhida pelo público de sua cidade como uma estrela, a mais importante artista gaúcha de sua geração. O público poderá ver novamente todas essas séries, hoje integrando coleções de museus como Pinacoteca do Estado de São Paulo, MAM-SP e MAC-USP.

Em 1989, ela já estava cansada da violência e da poluição e queria fazer pinturas em um lugar mais tranquilo. Escolheu a pequena e histórica Tiradentes (MG). Lá, suas pinturas revelaram a solidão das montanhas, retomando os tons terrosos, nas séries em Gerais, Madrugada insone e Acumulações. A artista também desenvolve, nesse período, uma série de cabeças, que são esculturas em madeira e papel machê.

Em 1997, mais uma mudança, agora para o Rio de Janeiro, mais especificamente o bairro de Santa Tereza. Passou a frequentar o Estudio Dezenove, onde conheceu Julio Castro, que viria a se tornar colega, amigo, e, finalmente, o principal guardião de sua obra, após seu falecimento.

Em 1999, Magliani retornou a Porto Alegre, onde ministrou algumas aulas e oficinas de pintura e papel machê. A passagem pela capital gaúcha durou um ano. No ano 2000 voou para o Rio de Janeiro. Com tantas mudanças a produção de Magliani diminui, mas há séries marcantes nesse período: em Gerais, Madrugada insone, Acumulações e Alfabeto, trabalho que deriva para as figuras recortadas das séries Retratos de Ninguém e Todos. A partir de 2009 é intensa sua produção de gravuras, impressas no Estudio Dezenove por Julio Castro. Um dos sonhos, Fábula, Da noite e O poeta são algumas delas. Curiosamente, ao lado desse mergulho no universo monocromático, denso e expressionista da gravura, Magliani desenvolve a série mais colorida e lúdica de toda a sua carreira. São pinturas realizadas em estridentes cores acrílicas, recortes em madeira e objetos. Uma parte desse conjunto, sob o título My baby just cares for me, foi apresentada em exposição individual da artista, no Museu Imaginário, em Bruxelas, Bélgica.

Todos esses momentos, apresentados em conjunto, revelam com clareza a excelência da obra de Maria Lídia Magliani, que começa a ser redescoberta também internacionalmente.

Magliani humanista

Apesar de pessoalmente engajada na luta pelos direitos humanos, Magliani não admitia que sua obra fosse interpretada como política ou identitária. Era intransigente nessa questão. São muitas as declarações dela a esse respeito. “Meu interesse é pelo que as pessoas sentem, não pelo que elas pensam […] Tenho preocupação com a vida, com a humanidade em geral. Nada a ver com raça específica, religião, nada. Uma coisa que é comum a todo mundo. A essência humana é igual para todos. O que interessa é isso. Todos os outros acréscimos: nacionalidade, cor, ideologia, credo, preferência sexual, time de futebol, tudo isso é acessório.”

Dentro dessa atitude de defesa da autonomia da sua obra, acima de qualquer circunstância, está também a rejeição a todo tipo de abordagem referenciando seu trabalho à negritude. “Por que sempre me perguntam como é ser negra e ser artista? Ora, é igual ao ser de qualquer outra cor. As tintas custam o mesmo preço, os moldureiros fazem os mesmos descontos e os pincéis acabam rápido do mesmo jeito para todo mundo.” A posição de Magliani sempre foi candente nessa questão, e ela afirmava, desassombradamente, que era contrária a guetos. Na publicação da UFRGS, Nós, os afro-gaúchos, de 1997, fez a seguinte declaração, quase um manifesto: “Sou brasileira, nascida no Rio Grande do Sul. Isto é o bastante. Não quero escolher uma raça em função da cor da minha pele. Não quero ser fatiada, dividida em porções, me aceito como soma.”

Uma lutadora, sem medo de desafios, que, entre divertida e séria, dizia: “Minha mãe falava: ‘Não se pode dar um passo maior que as pernas.’ Então vou ficar sentada, não vale a pena caminhar? Qual é a graça? Dar um passo maior que as pernas sempre. Romper expectativas, e os estereótipos principalmente.”

Maria Lídia Magliani faleceu na noite de 21 de dezembro de 2012, no Rio de Janeiro, vítima de uma parada cardíaca.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
13/03/2022 0 Comentários 612 Visualizações
Cultura

Fundação Iberê vence o Prêmio Açorianos de Artes Plásticas nos destaques Acervos e Publicação Impressa

Por Stephany Foscarini 30/10/2021
Por Stephany Foscarini

Na noite da última quarta-feira, 27, a Coordenação de Artes Visuais da Secretaria da Cultura de Porto Alegre anunciou os vencedores do XIV Prêmio Açorianos de Artes Plásticas. A Fundação Iberê recebeu dois troféus: Destaque Publicações/Impressa, pelo catálogo da exposição Iberê Camargo – O Fio de Ariadne, e Destaque Acervos, pelo projeto em parceria com o Google, ambos organizados por Gustavo Possamai.

O Fio de Ariadne foi uma das três mostras que reabriu a Fundação, em setembro de 2020, depois de um período fechada em função da pandemia. Em abril deste ano, a exposição ​foi apresentada​ no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo​.

Com curadoria de Denise Mattar e Gustavo Possamai, a exposição apresentou cerâmicas e tapeçarias de grandes dimensões, obras que não eram expostas há cerca de 40 anos e que estão espalhadas em coleções públicas e particulares. O catálogo da mostra inclui textos de Denise Mattar, Andrea Giunta, Blanca Brites, Maria Amélia Bulhões e Paula Ramos, além das obras expostas e depoimentos de uma seleção de mulheres que marcaram a trajetória do artista.

A​ Fundação Iberê é, também, uma das pioneiras no país e a única no Rio Grande do Sul a participar do Google Arts & Culture, onde publicou todo o seu acervo e centenas de obras de Iberê Camargo que se encontram em coleções particulares e estrangeiras, totalizando mais de cinco mil itens. No ​Brasil, apenas o Projeto Portinari (RJ) possui um volume tão expressivo de obras na plataforma.

Produção de Iberê no Arts & Culture em números (até o momento): 3.780 guaches e desenhos; 650 pinturas; 357 gravuras mais provas de estado; 90 matrizes para gravuras; 250 fotografias pessoais, jornais e correspondências e dezenas de outros materiais.

Sobre o Google Arts & Culture

A ferramenta disponibiliza mais de dois mil museus ao seu alcance. É a porta para explorar a cultura em toda a sua diversidade, bem como uma maneira imersiva de investigar arte, história, maravilhas do mundo e histórias sobre o patrimônio cultural, desde as pinturas dos quartos de Van Gogh, a cela de Mandela aos templos antigos, dinossauros, ferrovias indianas ou comida no Japão. O aplicativo é gratuito e está disponível na Web, no iOS e no Android.

A Fundação Iberê tem o patrocínio de OleoPlan, Grupo Gerdau, Itaú, Grupo GPS, CMPC Brasil, Vero Banrisul, Lojas Renner, Sulgás, Renner Coatings, Unifertil e Dufrio, e apoio de Ventos do Sul Energia, Dell Technologies, DLL Group, Grupo Imobi, Golden Lake Multiplan, Laghetto Hoteis, Nardoni Nasi e Isend, com realização e financiamento da Secretaria Estadual de Cultura/ Pró-Cultura RS e da Secretaria Especial da Cultura – Ministério da Cidadania / Governo Federal.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
30/10/2021 0 Comentários 320 Visualizações
Cultura

Fundação Iberê inaugura neste sábado exposição de aquarelas do mineiro José Alberto Nemer

Por Stephany Foscarini 18/09/2021
Por Stephany Foscarini

Depois de passar pelo Instituto Tomie Ohtake (São Paulo), a exposição Nemer – aquarelas recentes, do mineiro José Alberto Nemer, chega neste sábado, 18, à Fundação Iberê. A mostra é a continuação de uma série que vem sendo apresentada desde os anos 1990 e reúne 20 obras produzidas sobre papel francês. São quadrados, retângulos, grelhas, hachuras, círculos, trapézios, elipses, cruzes e arcos que povoam peças de diferentes formatos, começando nos 100 x 100 cm, até o inusual, pelas grandes dimensões, formato de 150 x 200 cm.

“Trabalho com a geometria, com o gestual, com as manchas, com as formas mais rigorosas. Às vezes eu começo construindo uma geometria, que na metade acaba se desconstruindo; é quando você reconhece que a aquarela é indomável, escorre até onde ela quer escorrer e o pigmento se concentra onde sequer imaginávamos. Todos os deslizes, todos os ‘erros’ são incorporados e fazem parte do processo não só da aquarela, mas da arte como um todo”, diz Nemer, pertencente à geração dos chamados Desenhistas Mineiros, que se afirmou no cenário da arte brasileira, a partir da década de 1970.

José Alberto Nemer

Também chama a atenção em suas aquarelas o preto, uma cor pouco usada na técnica e terminantemente proibida na época em que estudou na Escola de Belas Artes: “Durante o curso, senti uma atração muito grande pela aquarela como técnica. Cada vez que eu começava pintar, os professores vinham e diziam: ‘a aquarela tem que ser mais transparente, e você está pesando muito. Isso aí está mais para guache do que para aquarela’. Outras vezes colocava um preto, e eles voltavam e falavam: ‘atenção, nunca se usa o preto na aquarela’. Foi aí que guardei a aquarela e me dediquei ao desenho. Os anos passaram, em um processo terapêutico, resolvi fazer algumas reflexões desenhadas e com aquarela. E, sintomaticamente, comecei pelo preto e nunca mais parei”, relata.

Aliás, foi por meio da psicanálise que a aquarela entrou na vida do artista. “Perguntei à analista se podia fazer um relatório usando aquarelas, e a técnica se adequou à minha introspecção e silêncio, ao meu temperamento. Domou a vontade de controle sobre tudo”, conta. A partir daí veio a primeira série, intitulada “Ilusões Cotidianas”, exposta, nos anos 1980, em São Paulo e na Bienal de Cuba.

Espaço em movimento

Em uma das itinerâncias de Nemer – aquarelas recentes, um visitante escreveu ao artista sobre o que encontrou na mostra e que, agora, os gaúchos verão na Fundação Iberê: “Aquarelas que fluem, flutuam e ocupam o espaço em movimento, como nuvens de cor preenchendo o olhar. Com sutil delicadeza, convidam para um momento de serenidade e paz”.

“A aquarela ensina o imponderável. Ao trabalhar numa superfície com água e pigmento, você tem um controle muito relativo, e essa impossibilidade de querer controlar tudo trouxe ensinamentos para a vida. Na Fundação Iberê, o visitante vai encontrar o silêncio, a possibilidade de silêncio interior, do que aprendi com a técnica e que vem muito ao encontro do meu processo de produção”, afirma Nemer. A mostra fica em cartaz até o dia 19 de dezembro.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
18/09/2021 0 Comentários 412 Visualizações
Cultura

Ospa apresenta recital na Fundação Iberê

Por Gabrielle Pacheco 11/11/2019
Por Gabrielle Pacheco

A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) apresenta o último recital da Série Música de Câmara 2019. No dia 17 de novembro, domingo, às 16h, a Fundação Iberê Camargo é, pela quinta vez, palco da iniciativa. A apresentação fica por conta do Lux Quarteto, grupo composto por Martina Ströher (violoncelo), Leonardo Winter (flauta), Angela Diehl (canto) e Fernando Rauber (piano), músicos da OSPA e convidados que compartilham o interesse pela música e o prazer da convivência com a arte.

O repertório

O recital inicia com a obra “Trio em sol menor para flauta, violoncelo e piano Op. 63”, do notável pianista Carl Maria Von Weber (1786-1826), conhecido também como violinista, regente e teórico musical. Na sequência, o programa destaca “Une flûte invisible pour chant, flute et piano”, do compositor, maestro e pianista francês da Era Romântica Camille Saint-Saëns (1835-1921), renomado artista, que estreou em concertos com apenas dez anos de idade.

“Duas canções para mezzo-soprano e piano”, do compositor Reynaldo Hahn (1874-1947) e “Elégie para canto, violocelo e piano”, de Jules Émile Frédéric Massenet (1842-1912), também são contempladas no programa. A obra “Assobio a Jato para flauta e violoncelo”, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), se concentra no virtuosismo instrumental. Composta em 1950, em Nova Iorque, em um período de intensa criação do compositor, coincide com a elaboração de Quarteto de Cordas nº 12 e a Sinfonia nº 8 e é dedicada a Carleton Sprague Smith.

“Les Nuits D’éte” é um ciclo de canções de Hector Berlioz (1803-1869) para voz e orquestra, baseado nos poemas de Théophile Gautier. As canções retratam o progresso do amor até a perda e a renovação. Berlioz compôs para piano e depois fez a orquestração, sendo uma das principais peças interpretadas no repertório sinfônico atual.

Encaminhando-se para o desfecho, os músicos executam “Vien! Une flûte invisible soupire para flauta, voz e piano”, do compositor francês André Caplet (1878-1925), conhecido principalmente pelas orquestrações de obras de Claude Debussy, de quem era amigo íntimo. A OSPA encerra a apresentação com “Sua voz para canto, flauta, violoncelo e piano”, do gaúcho Dimitri Cervo (1968-). Renomado compositor, tem as partituras executadas pelas principais orquestras do Brasil e norte-americanas.

Serviço

O quê: Recital da Ospa na Fundação Iberê Camargo – Série Música de Câmara
Quando: 17 de novembro, domingo
Onde: 17 de novembro, domingo
Quanto: entrada franca

Foto: Mauricio Paz/Divulgação | Fonte: Assessoria
11/11/2019 0 Comentários 455 Visualizações
Cultura

Fundação Iberê terá oficina de gravura para crianças

Por Gabrielle Pacheco 22/10/2019
Por Gabrielle Pacheco

No dia 26 de outubro (sábado), o Educativo da Fundação Iberê realiza uma oficina gratuita de gravura para crianças. A atividade integra a programação que antecede a abertura da exposição Os Quatro – Grupo de Bagé, no dia 30 de novembro. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas por este link.

A oficina é voltada para crianças com idades entre 7 e 12 anos. Durante o encontro, além da introdução à técnica da gravura a partir da experimentação, elas vão conhecer um pouco das histórias de Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves, Glauco Rodrigues e Glênio Bianchetti, investigando as diferentes possibilidades de representação de imagens.

Os Quatro

No dia 30 de novembro, a Fundação Iberê abre a exposição Os Quatro – Grupo de Bagé, em homenagem a Carlos Scliar (1920 – 2001), Danúbio Gonçalves (1925 – 2019), Glauco Rodrigues (1929 – 2004) e Glênio Bianchetti (1928 – 2014).  Com curadoria de Carolina Grippa e Caroline Hädrich, a exposição vai ocupar dois andares com cerca de 180 trabalhos oriundos de 24 instituições e acervos particulares de Bagé, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.

“Contar a história do Grupo de Bagé é o objetivo principal da exposição, mas com uma nova e ampliada abordagem. Novas leituras e percepções acerca do trabalho dos quatro, frutos de estudos e documentários realizados por diversos pesquisadores estarão refletidos no cenário da exposição”, diz Caroline.

Serviço

O quê: Oficina de gravura para crianças
Quando: 26 de outubro, sábado, às 16h
Onde: Átrio da Fundação Iberê – Porto Alegre
Quanto: gratuito

Foto: Álvaro Siza/Divulgação | Fonte: Assessoria
22/10/2019 0 Comentários 421 Visualizações
Cultura

Fundação Iberê inaugura novas exposições nacionais

Por Gabrielle Pacheco 05/10/2019
Por Gabrielle Pacheco

A Fundação Iberê inaugura no dia 12 de outubro (sábado) a exposição Território Oscilante, do artista carioca José Bechara. A mostra reúne 26 obras de diversos momentos de uma trajetória 30 anos, desde as pinturas oxidadas, passando pelos exercícios fotográficos, pelos seus muitos pequenos desenhos de ateliê e suas potentes instalações com vidro.

Com a curadoria de Luiz Camillo Osório, Território Oscilante vai da fotografia à instalação, apostando no transbordamento da experiência poética para fora das convenções expressivas determinadas pela história da arte. A apropriação das mesas como superfície escultórica e a volta constante ao desenho como exercício gráfico mostram que a obra do artista está em constante interrogação.

José Bechara iniciou seus estudos em 1987, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Quatro anos mais mais tarde, passou a integrar um ateliê coletivo na Lapa, centro do Rio de Janeiro, com Angelo Venosa, Luiz Pizarro, Daniel Senise e Raul Mourão. Mas foi somente em 1992, já em seu novo ateliê no bucólico bairro de Santa Teresa, que ele começou suas experimentações com suportes e técnicas diversificadas, até hoje uma característica marcante de seus trabalhos.

Outra particularidade de Bechara é a geometria. O carioca foi fortemente influenciado por Kasimir Malevich (1878-1935), um dos mais importantes pioneiros da arte geométrica abstrata, tendo fundado, em 1913, o Suprematismo.

“Há alguns anos visitei uma retrospectiva de Malevich no The Metropolitan Museum of Art e me assustei. Vi ali um mundo pensado no começo do século passado. Foi o trabalho, a pesquisa, a investigação e a poesia dele que me moveram nessa direção, mas com um dado novo que é pensar a geometria como um indivíduo que se esforça muito para emergir. Sim, a geometria é o topo da ciência que afirma o mundo, é precisa. Mas eu gosto de pensá-la como nós somos, humanos, cheios de falhas e imperfeições. A minha geometria sustenta peças que podem desmontar, vidros que podem quebrar, objetos depositados com gravidade e podem cair. Uma geometria com drama, esforçando-se para existir”, diz o artista.

“Sim, a geometria é o topo da ciência que afirma o mundo, é precisa.”

33ª Bienal de São Paulo – Itinerância Porto Alegre

Em parceria com a Fundação Bienal, a Fundação Iberê promove uma das etapas do programa de mostras itinerantes da 33ª Bienal de São Paulo, realizada entre setembro e dezembro do ano passado. Em Porto Alegre serão apresentadas cerca de 40 obras de artistas como Vânia Mignone, Antonio Ballester Moreno, Alejandro Corujeira e Sofia Borges. As exposições em circulação não replicam literalmente o que se viu na capital paulista, mas apresentam diferentes associações e relações a partir de recortes de obras e artistas.

Antes, no dia 10 de outubro (quinta-feira), o crítico e curador italiano Jacopo Crivelli Visconti chega a Porto Alegre para um talk sobre a programação da 34ª Bienal de São Paulo. O encontro ocorre às 17h, no auditório da Fundação, com entrada franca.

Serviço

O quê: Exposições Território Oscilante; 33ª Bienal de São Paulo – Itinerância Porto Alegre
Quando: 12 de outubro, sábado, às 14h
Onde: Átrio e 2º e 3º andares da Fundação Iberê – Porto Alegre/RS
Quanto: entrada franca

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
05/10/2019 0 Comentários 393 Visualizações
Cultura

Grupo de Bagé ganha exposição na Fundação Iberê

Por Gabrielle Pacheco 07/08/2019
Por Gabrielle Pacheco

A Fundação Iberê vai homenagear o Grupo de Bagé com uma exposição a partir de 30 de novembro. De agosto até a abertura da mostra, serão realizadas diversas atividades gratuitas sobre a história de um dos grupos artísticos relevantes do país, formado por quatro jovens que tinham a necessidade de expressar seus traços e pensamentos sobre o mundo e a própria vida: Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves, Glauco Rodrigues e Glênio Bianchetti.

No dia 10 de agosto (sábado), será exibido o documentário “Grupo de Bagé”, de Zeca Brito, seguido de bate-papo com o diretor e o cineasta e historiador da arte Giordano Gio. O longa-metragem destaca a trajetória e o legado dos pintores e gravadores gaúchos Carlos Scliar (1920–2001), Danúbio Gonçalves (1925–2019), Glauco Rodrigues (1929–2004) e Glênio Bianchetti (1928–2014), nomes de frente de um movimento artístico surgido nos anos 1940 que alcançou projeção nacional com trabalhos abordando temáticas realistas e de denúncia social.

O documentário conta com depoimentos de teóricos como Néstor García Canclini e Nicolas Bourriaud e de artistas plásticos que incluem Anico Herskovits e Cildo Meireles, entre outros, que investigam a trajetória do grupo. “Buscamos recuperar e compreender os elementos que estabeleceram as condições para que os jovens artistas alcançassem uma identidade estética própria e, cada um a sua maneira, conduzissem os ideais e as características artísticas e políticas do grupo que criaram”, destaca o diretor.

Da fronteira para o mundo

Tudo começou em 1945, quando Glênio ganhou as primeiras tintas a óleo, as mesmas com que Glauco pintou seu primeiro quadro: “Moinho ao Pôr do Sol”. Em visita a Bagé e à casa do amigo escritor Pedro Wayne, o pintor José Moraes não só se encantou com o trabalho dos guris, como ministrou aulas de pintura a óleo e os influenciou a arte moderna europeia relativa às primeiras décadas do século XX.

Neste mesmo ano, o artista Carlos Scliar reuniu-se ao grupo, e, em 1948, foi a vez de Danúbio Gonçalves, que estudava no Rio de Janeiro, conhecia a Europa e já havia exposto em Bagé com temática social. Juntos eles criaram o Ateliê Coletivo de Artes Plásticas, onde passavam horas estudando formas humanas, mergulhando fundo nos livros de arte e desenhando paisagens. Influenciados por Scliar, eles se dedicaram à gravura. E foi por meio dela que os quatro se popularizaram, exatamente como preconiza esse tipo de método que possibilita a reprodução das obras.

Também por influência de Scliar, então militante do Partido Comunista, passaram a retratar a vida dos trabalhadores das estâncias gaúchas. Os artistas visavam uma arte voltada para o social, com uma finalidade focada no homem. Uma arte com função social e democrática, sempre pronta para denunciar as mazelas políticas e sociais, batendo direto no conceito da arte pela arte, visando uma arte dirigida ao ser humano.

O Grupo de Bagé serviu de estímulo para que surgissem vários clubes de gravura pelo país nos anos de 1950 e de 1960. A gravura foi e continua sendo uma das expressões artísticas de destaque no panorama das artes plásticas do Brasil e no exterior.

Serviço

O quê: Exibição do documentário “Grupo de Bagé”
Quando: 10 de agosto, sábado, às 16h
Onde: auditório da Fundação Iberê
Quanto: entrada franca

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
07/08/2019 0 Comentários 581 Visualizações
Cultura

Fundação Iberê abre exposição sobre selfie

Por Gabrielle Pacheco 29/06/2019
Por Gabrielle Pacheco

A Fundação Iberê inaugura no dia 6 de julho dois andares da exposição #Selfie: Iberê em modo retrato. O quarto andar será ocupado com 13 fotos para documentos do artista e outras 36 de Iberê retratando personalidades, como a mãe Doralice Bassani Camargo, Vasco Prado, Sivuca e Adriana Calcanhotto. No terceiro, as três salas serão totalmente interativas, com espelhos e iluminação especial para selfie do público.

Diferente do que muitos imaginam, o autorretrato não é algo relativamente novo. A primeira selfie foi feita em 1839 pelo metalúrgico Robert Cornelius, pioneiro na fotografia dos Estados Unidos. Na época, os autorretratos eram o tipo mais comum de fotografias, compreendendo um número estimado de 95% dos daguerreótipos sobreviventes. Na pintura, se afirmou no século 14 e passou a ocupar um lugar de destaque na arte europeia, atravessando diferentes escolas e estilos artísticos.

A difusão da retratística acompanhava os anseios da corte e da burguesia urbana de projetar suas imagens na vida pública e privada. Paralelamente aos retratos realizados sob encomenda, e a outros concebidos com amigos e familiares, os artistas produziam uma profusão deles que funcionavam como meio de exercitar o estilo, como instrumento de sondagem de estados de espírito e também como recurso para a tematização do ofício.

Iberê retratista

Ao longo da vida, Iberê Camargo criou diferentes representações de si mesmo. Pintava-se sob um olhar interior que o mostrava como uma máscara, um enigma, o arquétipo da insondável natureza do homem: “Pinto porque a vida dói”.

Para ele, “[…] retratar-se revela narcisismo, todos os pintores o são. Na sucessão de minha imagem no tempo, ela se deteriora como tudo que é vivo e flui. Muitas vezes, me interroguei diante do espelho. No passar do tempo, nos transformamos em caricaturas”, dizia Iberê.

A selfie é, portanto, a forma mais expansionista de autoexpressão visual. É algo especialmente fascinante como o ato de retratar a si mesmo tenha sobrevivido a tantas passagens, transformações e movimentos que a arte atravessou em sua história.

Serviço

O quê: Exposição #Selfie: Iberê em modo retrato;
Quando: 6 de julho a 29 de setembro;
Onde: 3º e 4º andares da Fundação Iberê;
Quanto: estrada franca.

Foto: Luiz Eduardo Achutti/Divulgação | Fonte: Assessoria
29/06/2019 0 Comentários 446 Visualizações
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