A exposição “Quadros que Falam”, com obras inéditas do artista Flávio Scholles (1950–2024), estreia no dia 3 de julho, às 19h, na Casa CDL, em memória do pintor. A mostra tem curadoria de Ana Hauschild e apresenta uma seleção de pinturas escolhidas pelo próprio artista pouco antes de seu falecimento. A proposta da série é explorar uma forma de comunicação não verbal, baseada na intuição e na sensibilidade.
Conhecido por retratar transformações sociais e experiências pessoais do Vale do Sinos em séries como Colônia, Êxodo, Cidade e Origens, Scholles propôs com Quadros que Falam uma abordagem mais subjetiva. Segundo a curadora, o artista pretendia sugerir uma nova linguagem visual, orientada pela energia feminina e pela conexão intuitiva com o universo.
A filha do artista, Rudaia Scholles, explica que ele acreditava na comunicação das obras por meio do olhar. “Ele dizia que, se você ficasse olhando para os olhos das imagens por cerca de três minutos, começaria a sentir que elas comunicam algo. Não é algo para entender com a mente, mas para sentir”, afirma Rudaia. Segundo a filha, o artista via os quadros como símbolos de um novo tempo, marcado por valores como o ócio criativo, o cooperativismo e a intuição.
Interação com o público
A técnica predominante da exposição é óleo sobre tela. Embora as figuras retratadas sejam femininas, Rudaia ressalta que o foco da obra está na energia feminina como força sensível, receptiva e transformadora, e não na representação de gênero.
A exposição inclui uma sala interativa com apenas uma obra, em um ambiente silencioso. O público poderá se sentar em frente ao quadro e registrar por escrito as sensações provocadas. “A ideia é coletar esses relatos e entender como essa conexão se manifesta em cada pessoa. Esses quadros são como portais, cada um sente de forma diferente”, afirma Rudaia.
Origem do nome da mostra
O título Quadros que Falam surgiu durante uma exposição realizada na Alemanha, quando jornalistas locais publicaram uma matéria com esse nome. A partir do episódio, Scholles passou a desenvolver uma teoria sobre a arte como canal de comunicação intuitiva.
Visitação gratuita até agosto
A mostra faz parte da programação cultural da Casa CDL, localizada na Rua Domingos de Almeida, 708, no Centro, com entrada gratuita. A visitação estará aberta ao público até o dia 9 de agosto.