O Programa Base foi lançado oficialmente nesta quarta-feira (16), no Instituto Caldeira, em Porto Alegre, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de startups deep tech voltadas à criação de tecnologias baseadas em pesquisa científica. A iniciativa é promovida nacionalmente pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), em parceria com o Sistema Fiergs e a Numerik, e contemplará 180 projetos – sendo 150 vagas para empresas e 30 bolsas para pesquisadores – com inscrições abertas até o dia 31 de julho.
O projeto foi apresentado como estratégico para o futuro da indústria gaúcha, integrando o trabalho do Sistema Fiergs de priorizar a inovação industrial. Segundo o gerente da Divisão de Inovação e Tecnologia do Senai-RS, Victor Gomes, a iniciativa “não apenas apoia startups, mas também incentiva a colaboração entre universidades, centros de pesquisa e setor industrial, promovendo um ambiente de inovação que pode resultar em soluções impactantes para problemas reais do mercado”.
Dividido em quatro fases, o Base permite a entrada gratuita de empresas e pesquisadores na etapa mais adequada às suas necessidades, desde que cumpram os critérios estabelecidos no regulamento disponível no formulário de inscrição.
Pesquisa como base
A gerente de Redes de Inovação da Embrapii, Paula Nadai, explicou que o Base é o primeiro programa do gênero no estado voltado exclusivamente para startups deep tech, caracterizadas por atuarem na fronteira do conhecimento. “Quem aderir pesquisará o futuro da indústria, coisas que ainda não existem. Então, também é sobre competência, mentes prontas para atuar em locais ainda não explorados”, afirmou Paula.
Casos de referência
Durante o evento de lançamento, o painel “Deep Tech: mais que um hype, uma revolução”, mediado pela jornalista do Grupo RBS, Giane Guerra, apresentou experiências de empresas que já atuam nesse modelo. A Falker, inicialmente uma startup tradicional, se tornou pioneira em tecnologias para agricultura de precisão, diagnóstico do solo, adubação e irrigação, com base em ciência e pesquisa. “Na inovação, não adianta procurar caminhos que já deram certo. Precisamos estar preparados para errar e criar os nossos próprios caminhos. Copiando, a inovação perde seu sentido”, comentou Marcio Albuquerque, CEO da empresa.
Outro exemplo foi a TideSat, criada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que desenvolveu uma tecnologia própria de monitoramento do nível de corpos hídricos, com base em refletometria. A empresa ganhou destaque por acompanhar com precisão o nível das águas do Lago Guaíba durante a enchente de 2024.
Mais detalhes
As inscrições e mais detalhes sobre o Programa Base podem ser acessadas no site conteudos.senairs.org.br/programa-base.

