Produtores de tabaco das regiões do litoral e do centro norte de Santa Catarina podem realizar a devolução de embalagens vazias de agrotóxicos durante o mês de março. O Programa de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos, conduzido pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) em parceria com a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), percorrerá 41 municípios litorâneos até o dia 12 de março. Entre os dias 17 de março e 8 de abril, serão atendidos 14 municípios da região centro norte do estado.
De acordo com a assessora técnica do SindiTabaco, Fernanda Viana, os produtores que participam da iniciativa recebem comprovantes válidos para os órgãos de fiscalização ambiental, em conformidade com o Decreto 4.074/2002, que regulamenta a devolução de embalagens de agrotóxicos aos estabelecimentos de origem. “Orientamos os produtores para que façam a tríplice lavagem dos recipientes, que estejam perfurados e com as tampas removidas para devolução, com o objetivo de garantir a possibilidade de reciclagem e transformação em outros insumos plásticos”, afirmou Fernanda.
Após a coleta, as embalagens são encaminhadas para centrais credenciadas, onde são separadas e enviadas a unidades recicladoras. Segundo o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inPEV), 93% do material coletado no Brasil é reciclado. A região Sul é responsável por 84% das mais de 4 mil operações itinerantes de recebimento realizadas anualmente no país.
História do programa e impacto ambiental
Criado no ano 2000 pelo SindiTabaco e suas empresas associadas, em parceria com a Afubra, o programa antecedeu a legislação sobre logística reversa, estabelecida pelo Decreto 4.074/2002 e pelo Sistema Campo Limpo. Atualmente, percorre 1,8 mil pontos de coleta em 385 municípios do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. No Paraná, iniciativas semelhantes contam com o apoio de empresas do setor.
Com um índice de reciclagem de 93%, o Brasil lidera mundialmente a destinação ambientalmente correta de embalagens plásticas de defensivos agrícolas. O país supera outros locais que possuem programas semelhantes, como França (77%), Canadá (73%) e Estados Unidos (33%). O alto índice é possível devido às práticas adotadas pelos produtores, como a tríplice lavagem e perfuração dos recipientes, exigidas pelas centrais do inPEV.
Os produtores de tabaco, que costumam diversificar sua produção com outras culturas, podem utilizar o programa para a devolução de embalagens utilizadas em qualquer cultivo. Estudos indicam que o tabaco está entre as culturas que menos demandam o uso de agrotóxicos.
O SindiTabaco
Fundado em 1947, o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) tem sede em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, principal polo de produção e beneficiamento de tabaco do mundo. A entidade, que inicialmente era o Sindicato da Indústria do Fumo, ampliou sua atuação ao longo dos anos e, desde 2010, passou a abranger todo o território nacional, exceto Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Com 14 empresas associadas, o SindiTabaco concentra suas atividades na Região Sul, onde 94% do tabaco brasileiro é produzido, envolvendo cerca de 626 mil pessoas no meio rural em 509 municípios. Mais detalhes podem ser acessados em sinditabaco.com.br.