Mais de 120 lideranças empresariais participaram, na tarde desta terça-feira (12), em Santa Cruz do Sul, do painel “Soluções em Energia: Armazenagem, Eletrificação e Digitalização”, que discutiu estratégias para reduzir custos, ampliar a confiabilidade e acelerar a transição energética. O evento foi promovido pela Solled Energia, WEG e Bright Strategies no Salão Principal do Condomínio Reserva dos Pássaros e contou com executivos e gestores dos setores industrial, comercial e do agronegócio.
O painel foi conduzido por Mara Schwengber, CEO da Solled Energia e WG Energia, fundadora do G5 Solar, coordenadora estadual da Absolar e vice-presidente de Comércio da ACI; Ricardo Estefano Rosa, gerente global de vendas de Bess na multinacional WEG e membro do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Soluções em Armazenagem de Energia (Absae); e Bárbara Rubim, CEO da Bright Strategies, vice-presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Solar (Aboslar) e diretora de Energia do Departamento de Infraestrutura da Fiesp.
Segundo Mara, o encontro apresentou um conceito atual de gestão de energia voltado especialmente para indústria, comércio e serviços, que sentem primeiro os impactos das oscilações de custo. Ao contextualizar o cenário regulatório, ela citou duas medidas provisórias federais que ampliam a isenção de conta de energia para famílias de baixa renda. “Se eu vou isentar a conta de energia de praticamente 50% dos brasileiros, alguém precisa pagar essa conta”, afirmou a empresária.
Mara ressaltou que as empresas precisam avaliar o melhor modelo de renovação dos contratos no mercado livre, considerando riscos e alternativas para melhorar a previsibilidade de custos.
Armazenamento de energia e otimização de consumo
Os palestrantes também abordaram o uso de sistemas de armazenamento de energia, como o Bess (Battery Energy Storage System), em que baterias guardam energia para uso posterior. “O Bess é uma solução de armazenamento de energia. É uma bateria, sim, mas é uma bateria que atua com inteligência”, explicou Mara.
Segundo a palestrante, o sistema reduz o consumo nos horários de ponta, otimiza contratos de demanda, aumenta a independência da rede, permite armazenar excedentes e contribui para a continuidade operacional ao evitar microinterrupções que desperdiçam energia gerada.
O modelo Energy as a Service (EaaS) também foi apresentado como alternativa para economia imediata, previsibilidade de custos e transferência de risco ao fornecedor.
Viabilidade econômica e impactos ambientais
Mara destacou que, nos últimos dois anos, o preço das baterias caiu cerca de 70% e que, em ambientes industriais, o retorno sobre investimento pode chegar a um ano e meio, quando o Bess atende demandas específicas do cliente. Ela reforçou que se trata de um produto sob medida, que exige avaliação caso a caso.
A CEO da Solled explicou que o armazenamento ajuda a reduzir bandeiras tarifárias, já que a energia solar é gerada durante o dia e, sem baterias, o sistema aciona usinas térmicas no horário de pico. Mara apontou que parte dessa energia tem sido desperdiçada por falta de rede para transferir a produção entre polos de geração e centros de consumo, e defendeu que o tema seja debatido por órgãos reguladores.
O que é a Solled
Fundada em Santa Cruz do Sul, a Solled atua há 14 anos no setor de energia solar. A empresa já atendeu mais de cinco mil clientes, evitou a emissão de mais de 14 mil toneladas de CO₂ por ano e proporcionou mais de R$ 100 milhões em economia anual aos clientes. É parceira WEG, mantém um Centro de Distribuição WEG para atendimento nacional e possui a certificação AAA da Absolar, sendo a primeira integradora de energia solar do Brasil a receber o selo.