O Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul (IDI-RS) registrou uma queda de 2,3% em junho na comparação com maio, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (7) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). A retração interrompe dois meses seguidos de crescimento e, segundo a entidade, ainda não reflete os efeitos do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, em vigor desde agosto.
De acordo com o presidente do Sistema Fiergs, Claudio Bier, o cenário é agravado por esse novo fator externo. “Além dos desafios já conhecidos, como a incerteza econômica e os juros elevados no país, a indústria do Rio Grande do Sul agora enfrenta o aumento das tarifas de importação dos Estados Unidos. A medida, que começou a valer em agosto, deve impactar as exportações e a produção do setor, afetando também toda a cadeia”, afirmou Bier.
Indicadores em queda
O resultado negativo de junho foi generalizado entre os componentes do IDI-RS. As maiores quedas ocorreram nas horas trabalhadas na produção (-4,4%) e nas compras industriais (-2,9%). A Utilização da Capacidade Instalada recuou 0,8%, chegando a 78,9%. O faturamento real caiu 0,6%, e o emprego, 0,2%. A massa salarial real se manteve estável.
Desde novembro de 2024, quando o índice atingiu o pico da recuperação após as enchentes de maio daquele ano, o desempenho industrial oscilou com quatro quedas, duas altas e um mês de estabilidade, indicando um cenário prolongado de estagnação segundo a Fiergs.
Semestre ainda mostra crescimento
Apesar do recuo em junho, o desempenho da indústria gaúcha no primeiro semestre de 2025 foi 1,5% superior ao do mesmo período do ano anterior. Em relação a junho de 2024, o índice cresceu 0,8%. As compras industriais aumentaram 8,1%, e a massa salarial, 2,3%. Já as horas trabalhadas na produção recuaram 0,9%, e a utilização da capacidade instalada, 0,7%.
Entre os 15 setores analisados, 11 apresentaram crescimento no semestre. Os principais destaques foram os segmentos de Máquinas e equipamentos (12,7%) e de Equipamentos de informática e eletrônicos (30%). Em contrapartida, o setor de Veículos automotores teve queda de 6,5%.
Todos os dados
A pesquisa completa está disponível no Observatório da Indústria, em observatoriodaindustriars.org.br/?inteligenciacateg=cenarios-economicos.

