O Índice de Confiança do Empresário do Comércio do Rio Grande do Sul (Icec-RS) registrou alta em outubro, após três meses consecutivos de queda, ao atingir 90 pontos, conforme dados divulgados pela Fecomércio-RS. O avanço, de acordo com a entidade, ocorreu devido à melhora simultânea dos três eixos que compõem o indicador, impulsionada pela sazonalidade e pelas expectativas de contratação e vendas de fim de ano.
O Índice de Condições Atuais (ICAEC) subiu 2,6% em outubro, alcançando 58,5 pontos. Apesar do crescimento, o nível permanece abaixo do registrado em outubro de 2024, com queda de 33,3% na comparação anual. Os dados mostram que 84,4% dos empresários percebem piora na economia e 76,6% avaliam o setor como desfavorável.
O Índice de Expectativas (IEEC) apresentou alta de 11% na margem, chegando a 109,9 pontos. Mesmo retornando à faixa de otimismo, o resultado ainda é 16% inferior ao de um ano antes. Os três subíndices que compõem o IEEC apresentaram melhora, embora as expectativas relacionadas à economia permaneçam abaixo de 100 pontos. A recuperação, segundo a Fecomércio-RS, ocorre após três meses de queda iniciados em julho de 2025.
Contratações impulsionam investimentos
O Índice de Investimentos (IIEC) avançou 4,2% em relação a setembro, atingindo 101,5 pontos. Em relação a outubro de 2024, entretanto, manteve retração de 1,9%. O resultado foi influenciado principalmente pelo aumento da intenção de contratar funcionários, movimento típico de preparação para o período de maior atividade no comércio. O subíndice de Contratação de Funcionários cresceu 10,7%, chegando a 117,7 pontos. Entre os entrevistados, 62,5% declararam intenção de ampliar o quadro em outubro, ante 54,8% no mês anterior.
Avaliação da Fecomércio-RS
O presidente da Fecomércio-RS/Sesc/Senac IFEP, Luiz Carlos Bohn, destacou que o cenário segue desafiador mesmo com a reação em outubro. “Apesar da melhora pontual em outubro, o nível de confiança do comércio gaúcho segue historicamente baixo. A recuperação recente está ligada sobretudo a fatores sazonais e à expectativa de aumento das vendas no fim do ano. O cenário de juros elevados, incerteza fiscal e desaceleração econômica continua limitando a confiança e mantendo os empresários em postura cautelosa quanto ao desdobramento do cenário”, afirmou Bohn.


