Um grupo de trabalho foi criado neste mês para enfrentar a fila de espera por cirurgias de traumatologia de alta complexidade nas regiões do Vale do Rio Pardo e Centro-Serra, no Rio Grande do Sul. A iniciativa envolve o Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), as 8ª e 13ª Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS), o Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Jacuí (Ci Jacuí), o Ministério Público (MP) e municípios das duas regiões. Segundo levantamento do Cisvale, 1.417 pacientes aguardam por procedimentos como cirurgias ortopédicas e de coluna.
De acordo com o presidente do Cisvale, Gilson Becker, a fila cresceu desde o último levantamento feito em 2022, que apontava 1.007 pacientes aguardando cirurgia. “O número de pacientes na espera por estes procedimentos, nas áreas de traumatologia, ortopedia e cirurgia de coluna apresenta um contingente importante, mostrando que uma solução eficaz está na ação regional em cima desta espera”, afirmou Becker.
As cirurgias são consideradas de alta complexidade e muitas envolvem a colocação de próteses. Na época do levantamento inicial, havia expectativa de coparticipação do governo do Estado no custeio dos procedimentos. Com o aumento no número de pacientes, o tema foi incluído como prioridade na agenda dos gestores regionais.
Próximos passos do grupo de trabalho
No encontro realizado no Cisvale, foi definido que o grupo trabalhará na depuração da fila, elaboração de planos de trabalho, orçamentos para a realização dos procedimentos e identificação de fontes de financiamento, incluindo consultas, exames, internações e aquisição de próteses.
A diretora executiva do Cisvale, Léa Vargas, destacou que será necessário apontar as fontes de recursos e a participação da União nas ações. “Um dos pontos mais importantes está a depuração da fila de espera, assim como os orçamentos para o custeio desta operação, prevendo consultas, exames prévios, procedimentos, próteses e internações”, explicou Léa.
Participação do Ministério Público
A 1ª promotora de Justiça Cível do Ministério Público de Santa Cruz do Sul, Catiuce Ribas Barin, afirmou que o tempo de espera é incompatível com a manutenção da qualidade de vida, principalmente entre a população idosa. “O tempo de espera não é razoável, especialmente quando estamos falando dos idosos, em uma situação que se torna ainda mais difícil com a judicialização de cirurgias, demandando ao estado, na maioria das vezes, a responsabilidade sobre estes procedimentos”, destacou Catiuce.
A promotora ressaltou que o Ministério Público participa do grupo de trabalho para acompanhar o processo. “É um acompanhamento que tem por objetivos dar dignidade no atendimento a estes pacientes ao mesmo tempo que emprega transparência nesta questão das filas”, concluiu Catiuce.