O funcionamento e operação da nova Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Luiz Rau, foi tema de Workshop realizado na quinta-feira (18), no Centro Ambiental do Parque Floresta Imperial. O evento, aberto à entidades e imprensa, trouxe engenheiros da empresa responsável pelo projeto para detalhar o diferencial da ETE, que vai ser responsável pelo tratamento de 50% de todo esgoto de Novo Hamburgo.
De acordo com o vice-prefeito e diretor-geral dos Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo (Comusa), Márcio Lüders, a nova ETE apresenta uma tecnologia que garante o total controle sobre todo o processo de tratamento. “Esse sistema de bateladas que a Luiz Rau vai utilizar oferece um detalhamento maior de toda operação. Assim, podemos precisar exatamente onde uma falha ocorreu, identificar o problema e lidar com ele imediatamente”, comenta. “O encontro foi importante para ajudar a sanar as dúvidas dos nossos técnicos e mostrar a relevância dessa obra para as entidades, algo que vai mudar a história de Novo Hamburgo”, prossegue. A licitação da nova ETE deve ser lançada nos próximos meses com um orçamento de R$ 64 milhões. As obras de terraplanagem devem reiniciar em setembro e tem prazo de quatro meses para sua conclusão.
Como a ETE vai tratar o esgoto
A modalidade escolhida para implantação da estação de tratamento de esgoto ETE Luiz Rau foi o Processo de Lodos Ativados em Reator Sequencial por Bateladas (SBR – do inglês Sequencing Batch Reactor), seguido de decantação assistida. A vazão média da ETE, nessa primeira etapa, será de 200 litros por segundo. De acordo com o encarregado do tratamento de água da Comusa Geraldo Thiesen, este processo apresenta “grande estabilidade operacional, elevada qualidade de efluente e flexibilidade operacional necessária às condições flutuantes de geração de esgoto misto”.
São quatro etapas. Na primeira, as Estações de bombeamento de esgoto contam com gradeamento grosseiro e sistema de bombeamento para alimentar uma vazão de 200 l/s para ETE. No tratamento primário da ETE é instalado o gradeamento para retenção de areia e gordura que são os materiais sólidos não retidos no gradeamento grosseiro à montante da chegada na estação elevatória final.
Em seguida o efluente será encaminhado para tratamento aeróbio em reatores biológicos utilizando aeração por ar difuso, na modalidade de operação em bateladas (SBR). Trata-de de uma operação intermitente do processo de lodos ativados, modalidade aeração prolongada. O reator de seqüência intermitente SBR consiste em um processo de carga e descarga controladas. Ele combina todas as etapas de operação do processo convencional, ou seja, equalização, aeração, decantação, e descarga de lodo.
Na terceira etapa, o esgoto fica em decantação por 1h-1h30 e a descarga do sobrenadante (fração de esgoto tratado) do SBR ocorrerá em uma lagoa de amortecimento que garantirá a alimentação constante na decantação assistida. Na última etapa, os lodos produzidos pelo SBR serão acumulados em três tanques com mistura e depois serão submetidos à desidratação mecanizada, mediante o emprego de centrífuga. O lodo, depois de desidratado, será recolhido e transportado para destinação final.