Motivado pelas mais diversas causas, o brasileiro tem doado cada vez mais para causas sociais. Esse é o cenário apontado pelo site Vakinha, que está completando uma década de existência e é o maior do segmento no Brasil, que acumula de 500 mil vaquinhas desde sua fundação, sendo 182 mil criadas apenas em 2018.
No último ano, o aumento de doações nas vaquinhas foi de 54%, que chegou a registrar até 3 doações por minuto.
Para Cristiano Meditsch, diretor de marketing do Vakinha, essas variáveis e o comportamento de quem doa são nitidamente motivados pela transparência nas arrecadações. “Além de se identificar com uma causa, as pessoas querem saber para onde vai o dinheiro e o que é feito com ele, algo que hoje em dia a tecnologia permite via redes sociais”.
Essa análise é reforçada pelo “Giving Report 2019 Brasil: um retrato da doação no Brasil”, o mais recente estudo sobre a doação individual no país realizado pela Charities Aid Foundation -CAF, e lançado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – IDIS, que indica o fato de “saber com certeza como o dinheiro é gasto” como o segundo maior motivador para os brasileiros fazerem doações futuras, com 46% dos entrevistados, ficando atrás apenas do item “ter mais dinheiro”, apontado por 57%.
Ainda segundo o estudo, “ser convidado a doar” está entre as razões apontadas por jovens entre 18 e 24 anos para doar dinheiro e/ou tempo – outro dado que também contribui para a transparência, porque o convite geralmente parte de alguém ligado à causa ou situação e que tenha boa reputação. No Vakinha, por exemplo, cerca de 20% das doações são feitas por pessoas que não conhecem o criador da campanha.
“A transparência é algo tão importante que há muitos casos no Vakinha em que a campanha atinge a meta e continua recebendo doações”, explica Meditsch. E complementa: “Ou seja, as pessoas que doam estão vendo no sistema que a meta foi atingida e mesmo assim se sentem confortáveis para contribuir”.