O contexto criado pelas medidas de distanciamento social tiveram impacto em todas as camadas econômicas. Entre elas, o setor de entretenimento. Por isso, um grupo de empresários gaúchos se reuniu na última sexta-feira (11) para pensar como podem retomar o segmento. A ideia é levar à Prefeitura de Porto Alegre e ao Governo do Estado um estudo com possibilidades e sugestões de reabertura gradual dos locais de entretenimento.
“Compreendemos o cenário, mas ressaltamos que precisamos caminhar para uma volta ao normal.”
De acordo com Tiago Escher, um dos nomes à frente do Grupo TE2, a importância da área para a economia gaúcha é um dos pilares dessa movimentação. “Geramos mais de 50 mil empregos diretos e indiretos anualmente. Além disso, o faturamento do setor no estado chega à casa dos R$ 20 bilhões, cerca de 5% do PIB do Rio Grande do Sul. Compreendemos o cenário, mas ressaltamos que precisamos caminhar para uma volta ao normal”, avalia.
“Num ambiente controlado, responsável e com credibilidade, seria muito mais fácil adotar medidas de segurança.”
Já Eduardo Corte, responsável pelo Grupo Austral, destaca a necessidade de protocolos e um honesto diálogo com o setor. Afinal, afirma ele, o público já parece estar no limite do comportamento e começa a dar sinais mais claros de desobediência civil. “No feriado de 7 de setembro, observamos o alto número de eventos clandestinos aqui no Sul”, aponta. Eles estimam que mais de 35 mil pessoas foram às ruas nos ambientes de lazer noturno, sem que as forças de segurança conseguissem impedir as aglomerações. “Por que, então, não iniciar a retomada gradual do setor? Num ambiente controlado, responsável e com credibilidade, seria muito mais fácil adotar medidas de segurança”, questiona.
Entretenimento seguro
O grupo de empresários que desenvolve o projeto conta com o auxílio de médicos infectologistas. No entendimento deles, a reabertura é algo possível de ser feito, desde que respeitadas as medidas de segurança previamente apontadas por um corpo técnico do poder público. Por conseguinte, afirmam ser central trazer proposições que buscam indicar um modelo interessante de reabertura gradual, além de quais medidas as casas precisam estar atentas.
Por outro lado, Roberto Huwwari, à frente do Club 688, destaca que a iniciativa privada deve engajar-se para encontrar soluções que atendam às diferentes necessidades. “No último final de semana, presenciamos novamente cenas de aglomeração na Rua Padre Chagas, por exemplo. Com certeza, estamos no limite quanto sociedade. Inegavelmente, a atmosfera de transgressão civil que parece ganhar força entre parte significativa da população. Portanto, temos que abraçar esse compromisso e encontrar soluções”, pondera o empresário.