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biodiversidade

Variedades

Mulheres em destaque na preservação da biodiversidade do Brasil

Por Jonathan da Silva 08/03/2024
Por Jonathan da Silva

A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza conta com 2.271 mulheres nas equipes dos mais de 1,6 mil projetos que apoia. Delas, 665 (28%) atuam como líderes das iniciativas. A presença feminina é destacada pela entidade em um meio de predominância masculina ao longo da história.

No mês em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, as trajetórias dessas mulheres se destacam à frente de pesquisas, iniciativas de conservação da natureza, inovação e negócios de impacto socioambiental positivo. Cada uma à sua maneira encontrou na relação com a natureza a inspiração e o incentivo para novas ideias. Passaram a atuar como instrumento de transformação e busca por soluções em prol do meio ambiente. Com as atividades que desenvolvem, colaboram ainda, direta ou indiretamente, com o desenvolvimento econômico e social nas regiões onde atuam.

A diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, engenheira florestal e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), Malu Nunes, fala sobre a presença feminina em um meio historicamente dominado por homens. “Em um meio com predominância masculina, muitas mulheres têm encontrado espaço e trilhado trajetórias brilhantes e inspiradoras. São ambientalistas e cientistas notáveis, além de grandes defensoras do meio ambiente. Todas com relevantes contribuições para a conservação da natureza em suas respectivas áreas de atuação. O caminho para a igualdade de oportunidades é longo, mas estamos na direção certa”, aponta.

Mulheres em defesa do meio ambiente

Malu Nunes, diretora-executiva da Fundação Grupo Boticário e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN)

Formada em Engenharia Florestal e especialista em Manejo de Áreas Protegidas, Malu Nunes tem dedicado a vida e a carreira à temática da conservação da natureza. O contato com a natureza durante a infância foi determinante para a escolha da profissão e da causa ambientalista. No início da profissão, Malu se deparou com um mercado de trabalho predominantemente masculino e com poucas oportunidades para mulheres. Ainda assim, não desistiu do sonho de abraçar a causa ambiental como objetivo maior. Na Fundação Grupo Boticário desde 1991, Malu Nunes é diretora-executiva da instituição. Foi responsável pela Sustentabilidade do Grupo Boticário entre 2008 e 2019 e também diretora-executiva do Instituto Grupo Boticário.

Neiva Guedes, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), presidente do Instituto Arara Azul, doutora em Biologia e professora da pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional na Universidade Anhanguera-Uniderp

Neiva trabalha há 34 anos para salvar a arara-azul. A espécie, que já esteve ameaçada de extinção, saiu da lista de animais em perigo graças aos resultados das pesquisas realizadas por ela e sua equipe. As principais ações de pesquisa ocorrem no Pantanal, onde está localizada a maior parte da população de araras-azuis no Brasil. São diversos os prêmios e condecorações conquistados pela bióloga ao longo dos anos, como o Prêmio Pieter Oyens, da WWF; o Grand Master of the Order of the Golden Ark; e o Prêmio Ambiental Von Martius.

Maria Fernanda Bastos, engenheira civil e mestre em recursos hídricos, sócia-fundadora do negócio de impacto socioambiental Redinha

Baseado na economia circular, o negócio criado por Maria Fernanda contribui para a despoluição da Baía de Guanabara, em Niterói-RJ, e impulsiona a geração de renda para artesãs e pescadores. A Redinha produz bolsas a partir de redes de pesca que seriam descartadas, ajudando a reduzir a poluição de plástico nos oceanos. A proposta surgiu do incômodo com o lixo na região. Originalmente, as “redinhas” foram criadas para substituir as sacolas de uso único dos hortifrutis, mas logo ganharam outras funções e novos modelos. A capacitação das artesãs que produzem as bolsas é outra vertente do trabalho, já que as profissionais menos experientes recebem treinamento gratuito. A iniciativa foi premiada, em 2021, no programa de aceleração Natureza Empreendedora, realizado pela Fundação Grupo Boticário.

Paula Rascão, turismóloga, CEO e fundadora da plataforma eTrilhas

Paula Rascão aproveitou sua ligação com a natureza para empreender no ecoturismo. Tudo começou com a produção de conteúdo audiovisual para divulgar trilhas do Rio de Janeiro, em parceria com um amigo. O projeto evoluiu até se tornar uma empresa focada em promover as trilhas ecológicas de todo país. A plataforma eTrilhas promove o turismo responsável em áreas naturais e o desenvolvimento regional, a partir da conexão entre turistas, guias turísticos, gestores de unidades de conservação e prestadores de serviços, com o objetivo de impulsionar a visitação em áreas naturais. Também gera visibilidade para serviços e produtos oferecidos pela comunidade local, contribuindo com o desenvolvimento no entorno dos atrativos turísticos, além de auxiliar gestores com dados estatísticos e fornecer ferramentas de gestão e comunicação com os usuários. Desde 2022, o eTrilhas é o aplicativo oficial da Rede Brasileira de Trilhas. A plataforma está em constante desenvolvimento e, recentemente, lançou novas funcionalidades como a navegação offline e o passaporte digital. O negócio foi um dos selecionados, em 2020, pela iniciativa Teia de Soluções, para receber apoio financeiro da Fundação Grupo Boticário.

Foto: Drazen Zigic/Freepik/Divulgação | Fonte: Assessoria
08/03/2024 0 Comentários 331 Visualizações
Projetos especiais

Projeto que usa inteligência artificial para preservar a biodiversidade terá parceria da Feevale

Por Marina Klein Telles 08/01/2024
Por Marina Klein Telles

A ecoacústica, ou seja, o estudo dos sons naturais em um ambiente levando em consideração a interação entre os organismos presentes naquele local, ganha, com inteligência artificial, um importante reforço para auxiliar na conservação e preservação da biodiversidade. É o que pretende um projeto desenvolvido pelos professores Juan David Martinez Vargas, da Universidad Eafit, e Paula Andrea Rodriguez Marins, do Instituto Tecnológico Metropolitano (ITM), da Colômbia. A pesquisa Conservación biológica usando inteligencia artificial tem o objetivo de gravar sons de animais na natureza e, por meio das ferramentas tecnológicas desenvolvidas especificamente para o estudo, analisar as mudanças no ambiente ao longo do tempo.

O projeto terá, a partir de 2024, a parceria da Universidade Feevale para o auxílio no desenvolvimento das técnicas de inteligência artificial, por meio do Programa de Pós-Graduação em Indústria Criativa. O desafio consiste em criar algoritmos para identificar, automaticamente, os graus de alteração ou perturbação no ambiente, quantificando os gradientes de perturbação dos ecossistemas e verificar como eles estão conectados entre si.

As primeiras etapas do projeto já acontecem nas regiões de floresta tropical do Caribe e da Meta colombianas, onde a equipe de pesquisadores instalou gravadores para captar os sons dos pássaros e sapos daquelas regiões. Durante várias semanas, os dispositivos realizam gravações de um minuto a cada 15 minutos; após, os equipamentos são retirados e os áudios são processados em laboratório. Uma equipe transdisciplinar formada por biólogos auxiliará na identificação dos sons existentes nas gravações, após o que o algoritmo encontrará as espécies iguais e fará os rótulos das diferentes. Atualmente, as gravações contam com cerca de 20 espécies de cantos de aves registradas.

A Feevale entra na etapa de auxílio da construção do algoritmo de reconhecimento das espécies e da ferramenta que o contém, que já está em desenvolvimento por uma equipe de pesquisadores e bolsistas da Colômbia e que se chama Ecosonos. Outra etapa do projeto será disponibilizar os áudios captados em campo, aos interessados, em um banco de dados, por meio de uma ferramenta chamada ecoacusticbank (ainda não disponível).

“Pretendemos, por meio do projeto, criar sistemas e metodologias, baseadas em inteligência artificial, que possam auxiliar na tomada de decisões para a criação de políticas de conservação de ecossistemas”, explica Paula. “A Feevale é uma grande referência de cooperação, por isso queremos incluí-la na segunda parte do projeto de desenvolvimento de técnicas de inteligência artificial na área de conservação biológica, criando oportunidades de colaboração no desenvolvimento de projetos conjuntos, incentivando a mobilidade de estudantes e professores interessados nesta área da IA e da ecoacústica”, completa Vargas.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
08/01/2024 0 Comentários 838 Visualizações

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