Em sessão extraordinária que durou pouco mais de quatro horas na última quarta-feira, 27, os vereadores cassaram o mandato do vereador Alceu Crestani (PSD) em Santa Cruz do Sul. O requerimento para a cassação foi de autoria do vereador Bruno César Faller (PDT), sendo que o relatório da Comissão Parlamentar Processante (CPP), integrada pelos vereadores Zé Abreu (PTB), Alberto Heck (PT) e Gerson Trevisan (PSDB) tinha parecer favorável à perda de mandato.
A defesa foi feita pelos advogados Léo Schwingel e Ezequiel Vetoretti, que sustentaram a tese da falta de provas para as acusações contra o vereador, apresentadas inicialmente em investigação realizada pelo Ministério Público Estadual e, posteriormente, apuradas pela Comissão Parlamentar Processante.
Nas acusações estavam os crimes de concussão, com exigência de parte dos salários de servidor da câmara de vereadores (prática de improbidade administrativa), com placar de 14 votos pela cassação, um pelo arquivamento e dois se abstiveram. No segundo item, concussão, exigência de parte dos salários de servidor da câmara de vereadores (quebra de decoro parlamentar), o placar foi de 14 votos favoráveis, um contrário e duas abstenções.
Já na acusação de peculat-apropriação, apropriação de valores públicos, condizentes à remuneração do cargo de assessor parlamentar, manutenção do assessor parlamentar Júlio Cesar Mahl, remunerado por verba pública, em sua própria residência, realizando atividade privada (prática de improbidade administrativa), o placar foi de 11 votos pela cassação e seis abstenções.
O último item, peculato-apropriação , apropriação de valores públicos, condizentes à remuneração do cargo de assessor parlamentar, manutenção do assessor parlamentar Júlio Cesar Mahl, remunerado por verba pública, em sua própria residência, realizando atividade privada (quebra de decoro parlamentar), o placar foi de 10 votos pela cassação e sete abstenções.
A defesa, liderada por Ezequiel Vetoretti, destacou ao final da sessão que irá pedir a nulidade da votação, uma vez que o vereador Edmar Hermany (Progressistas) deveria ter se declarado impedido de participar da votação, pois atuou como advogado de defesa de Alceu Crestani em determinado período.
Natural do município de Muçum (RS) no Vale do Taquari, Crestani atuou como professor na Rede Pública municipal e estadual em Monte Alverne. Sua base eleitoral fica localizada no terceiro distrito de Santa Cruz do Sul (Monte Alverne). Atuou como correspondente da Rádio Santa Cruz e também presidiu o Departamento Monte Alverne de Futebol. Atuou, ainda como líder do Movimento Pró-emancipação de Monte Alverne município, quando atingiu notoriedade. Elegeu-se vereador para o primeiro mandato em 2008, com 1.571 votos, pelo PSDB. Posteriormente, pelo mesmo partido, ainda se reelegeu nos pleitos de 2012 e 2016, respectivamente, com 1.620 e 1.702 votos. Foi presidente da Câmara de Vereadores em 2016.
Nesta quinta-feira, 28, às 13h15, ocorre nova sessão extraordinária para julgamento do vereador Elo Schneiders (PSD), também a partir do requerimento do vereador Bruno César Faller (PDT).