Sistema Fiergs reforça urgência de avanços nas negociações de sobretaxa para exportações aos Estados Unidos

Por Marina Klein Telles

A decisão do governo Donald Trump de retirar tarifas recíprocas (10% no caso do Brasil) para alguns produtos agrícolas e de consumo, anunciadas na sexta-feira (14), demonstra a importância das negociações como canal para superar o impasse comercial. Mas também coloca em evidência a urgência em se chegar a avanços que coloquem os produtores brasileiros em condições de competir igualmente com outros países que comercializam para os Estados Unidos, retirando a taxa extra de 40% aplicada aos produtos brasileiros.

“A decisão do governo americano de retirar parte das tarifas aplicadas a produtos agrícolas reforça que o diálogo continua sendo o melhor caminho para reduzir distorções e ampliar a competitividade. No caso do Rio Grande do Sul, embora o impacto imediato seja concentrado apenas na carne bovina, seguimos defendendo avanços mais amplos, que eliminem desigualdades tarifárias e permitam que a indústria gaúcha dispute o mercado norte-americano em condições justas”, afirma o presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier.

A decisão dos EUA de retirar de retirar a tarifa recíproca anunciada em abril – fixada em 10% no caso do Brasil e em percentual igual ou superior para outros países – se aplica a alguns produtos agrícolas e de consumo, com o objetivo declarado de reduzir os preços ao consumidor americano. Entre os itens contemplados estão carne bovina, café, suco de laranja, frutas tropicais e cítricas, hortaliças, castanha-do-pará, fertilizantes, produtos químicos de uso agrícola e cera de carnaúba.

No caso do Rio Grande do Sul, o impacto dessa medida é restrito a um único produto de maior relevância na pauta estadual: a carne bovina. Em 2024, o estado exportou US$ 61 milhões do produto para os Estados Unidos, o que representou cerca de 16% das vendas externas do abate de bovinos. A China permaneceu como principal destino, com US$ 71 milhões em embarques, seguida por mercados como Reino Unido, Cuba e Uruguai. As exportações do ramo gaúcho para os Estados Unidos corresponderam a 3,3% do total enviado pela Indústria de Transformação ao mercado americano, e o estado respondeu por 3,7% das exportações brasileiras de carne bovina para os Estados Unidos, ocupando o sétimo lugar entre os principais estados exportadores.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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