São Leopoldo inicia distribuição de medicamentos fitoterápicos do programa Farmácia Viva

Por Jonathan da Silva

A Prefeitura de São Leopoldo e a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) iniciaram nesta sexta-feira (16) a distribuição dos primeiros medicamentos fitoterápicos do programa Farmácia Viva. A primeira formulação a ser oferecida à população será a Tintura de Melissa, indicada para auxiliar na redução da ansiedade, com distribuição prevista para iniciar na próxima semana.

O programa foi viabilizado por meio de edital do Ministério da Saúde em 2019, mas enfrentou atrasos devido à pandemia e à enchente registrada no município. Os medicamentos são produzidos com base em plantas medicinais cultivadas no Colégio Agrícola Visconde de São Leopoldo, processados na Farmácia Escola da Unisinos e distribuídos nas farmácias municipais da cidade.

Parcerias e estrutura de produção

Segundo o prefeito de São Leopoldo, Heliomar Franco (PL), a cidade é um dos quatro municípios contemplados com o programa Farmácia Viva no estado. “Temos a parceria do Governo do Estado, por meio da escola agrícola, e da universidade. A saúde pública passa por um momento delicado. Os municípios estão sobrecarregados, com estruturas insuficientes para receber as demandas. Depois de longos seis anos, finalmente estamos entregando o primeiro frasco de medicamentos do programa. Estamos nos deparando com grandes desafios. Toda a dedicação do governo se materializará nas ruas com apoio da Unisinos”, afirmou o chefe do executivo leopoldense.

O reitor da Unisinos, padre Sérgio Mariucci, destacou o simbolismo do momento e a conexão entre natureza e saúde. “Há um ano atrás estávamos aqui nesse campus acolhendo desabrigados da cheia. A Farmácia Viva é uma forma de reconhecer os dons da vida, os dons de Deus e o trabalho de vocês possibilita que a natureza se torne remédio, que assim a gente consiga sarar as doenças do corpo, da alma e do nosso mundo”, salientou Mariucci.

Uso racional e orientação à população

A secretária da Saúde de São Leopoldo, Kelbe Gonçalves, afirmou que o projeto promove o uso racional e seguro de medicamentos naturais. “O SUS possui múltiplas versões que a população não conhece. O projeto representa um avanço importante para a promoção do uso racional e seguro de medicamentos naturais, oferecendo alternativas terapêuticas baseadas em evidências científicas e fortalecendo a integração entre saúde, educação e pesquisa no município”, pontuou Kelbe.

A coordenadora da Farmácia Municipal, Fabiana Ribeiro, que participou da implantação do projeto, ressaltou a trajetória desde a seleção no edital federal. “Começamos em 2019 quando, de 141 municípios inscritos, somente 20 foram selecionados. Entre eles, São Leopoldo. Uma grande conquista para a saúde pública do município. O projeto contempla também o conhecimento da população, que será orientada sobre cada medicamento nas unidades básicas”, explicou Fabiana.

Plantas medicinais cultivadas

O cultivo das espécies utilizadas é feito no horto do Ceepro, que possui 52 hectares destinados aos cursos técnicos em Agropecuária e Florestas. A seleção das plantas considerou a viabilidade de cultivo local e demandas de saúde definidas com base em critérios epidemiológicos. Entre as espécies plantadas estão maracujá (Passiflora edulis), malva (Malva parviflora), melissa (Melissa officinalis), boldo brasileiro, falso boldo (Plectranthus barbatus), camomila, maçanilha (Matricaria chamomilla), tansagem (Plantago australis) e confrei (Symphytum officinale).

Foto: Pedro H. Tesch/Divulgação | Fonte: Assessoria
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