Decápolis de Andrade tornou-se sinônimo de música coral no Rio Grande do Sul. Falecido há cerca de um ano, em 8 de abril de 2021, em decorrência da Covid-19, deixou como legado a formação de centenas de alunos da Escola da Ospa, onde foi professor, e de cantores do Coro Sinfônico da Ospa, onde atuou como preparador vocal. Foi também exemplo aos mais diversos músicos da orquestra com quem se apresentou desde 1972. Pela sua trajetória, a Série Música de Câmara da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), fundação vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), prepara uma homenagem especial. A apresentação acontece no dia 10 de abril, domingo, às 18h, e inclui a participação de membros do Coro da Ospa, assim como de músicos da comunidade artística que conheceram o cantor lírico. A Sala Sinfônica da Casa da Ospa recebe o espetáculo, que tem entrada franca. O recital também pode ser acompanhado ao vivo pelo canal do YouTube da orquestra.
Na apresentação, a trajetória de Decápolis será lembrada por dezenas de músicos, incluindo um coro e pianistas – roteiro que busca traçar todos os passos do grande cantor, que deixou marcas por onde passou. A organização do evento também envolve a viúva do cantor, Rita de Paoli, que exalta a importância do marido: ‘‘O recital nada mais é do que um relato de amor e admiração vividos ao longo de 28 anos. Sem dúvidas, gostaria de estar prestando esta homenagem a ele fisicamente. Desejo que essa celebração a Decápolis sirva de inspiração para que outros grandes nomes tenham esse mesmo reconhecimento’’.
A história musical é segmentada em sete partes, que revelam a passagem solitária do jovem por Buenos Aires, aos 16 anos, em busca do sonho de se tornar cantor, até sua consagração, com apresentações pelos principais palcos do Estado. A execução das obras estará em sintonia com cada fase da vida do cantor. O repertório inclui ‘‘Caro mio ben’’, de Tommaso Giordani, ‘‘Uno’’, de Mariano Mores, ‘‘Lippen Schweigen’’, de Franz Lehár, ‘‘Va, pensiero’’ e ‘‘Brindisi’’, de Giuseppe Verdi, ‘‘O Sole Mio’’, de Eduardo di Capua e Alfredo Mazzuchi, além de ‘‘Vecchia Zimarra’’ e ‘‘Nessun dorma’’, de Giacomo Puccini.
Manfredo Schmiedt, maestro do Coro Sinfônico da Ospa, também estará presente na homenagem. O regente, que conduziu diversos concertos em que o tenor foi solista, destaca a sua relevância: ”Decápolis já era professor de técnica vocal antes de eu começar a trabalhar na orquestra, em 1992. Ele tinha um jeito peculiar de lidar com os cantores do Coro. Muitos deles, como a própria professora de técnica vocal Elisa Machado, foram estimulados para o estudo do canto lírico. A atividade dele como preparador vocal atingiu profundamente vários coros do nosso Estado. Quem teve a oportunidade de estudar com ele, certamente não se esquecerá’’.
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