A primeira noite do Pint of Science 2025 em Novo Hamburgo aconteceu nesta terça-feira, 20, no Retrô Beer, com o tema Entre algoritmos e cervejas: o futuro da criatividade com IA. O evento de comunicação da ciência tem o objetivo de levar a pesquisa para fora dos laboratórios, em conversas descontraídas com a comunidade. Os ministrantes da noite foram Marta Rosecler Bez, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Indústria Criativa da Feevale; Daniel Conte, coordenador do PPG em Processos e Manifestações Culturais da Feevale; Haide Maria Hupffer, professora da Feevale; e Diego Pinheiro da Silva, mestre e pesquisador em Computação Aplicada.
Durante o evento, os ministrantes debateram as transformações que a inteligência artificial vem provocando nos processos criativos, explorando os aspectos negativos e positivos da tecnologia. Foram abordadas questões como o uso da IA em ambientes educacionais, o impacto da automação nas profissões criativas, os limites éticos da criação assistida por IA e o papel da originalidade em um cenário onde algoritmos são capazes de gerar textos, imagens e músicas de forma autônoma.
Marta destacou que a inteligência artificial, apesar do nome, não é realmente inteligente. “O que ela faz é operar com base em estatísticas e padrões. Basicamente, ela recupera e reorganiza informações a partir dos dados que foram fornecidos a ela” explicou. Haide contribuiu para o debate trazendo insights jurídicos acerca do uso da IA. “Nós alimentamos essa ferramenta com dados e estatísticas, mas, até o momento, a autoria continua sendo exclusivamente humana. Para lidar com os impactos disso de forma ética e equilibrada, é essencial que a legislação seja construída em âmbito global”, ressaltou.
Conte chamou a atenção para as limitações que a inteligência artificial ainda enfrenta. “Existem nuances humanas que a IA só é capaz de considerar se nós a programarmos para isso. Ela só vai refletir essas complexidades quando as descrevemos, discutimos e a preparamos para lidar com elas”, afirmou. Silva concordou. “A IA consome grandes volumes de conteúdo e, só a partir da base desse repertório, consegue replicar informações, criar variações e fazer associações. Tudo isso se baseia no que já existe atualmente e que foi criado por humanos”, explicou.