Orientar para escolhas alimentares conscientes, baseadas na classificação dos alimentos, é o foco do trabalho desenvolvido pela nutricionista Lisiane Kiefer Guimarães. A nutri Lisi, como é conhecida, integra o quadro da Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH) há 11 anos. Ela atua junto à atenção primária da instituição em diversos territórios, como na USF Rondônia, assim como mais outros colegas de profissão que integram a rede ambulatorial hamburguense e contam com o apoio de residentes da Universidade Feevale.
A nutricionista explica as três classificações alimentares por meio de uma dinâmica de consultório. Por meio dessa atividade, o usuário dos serviços SUS tem uma percepção melhor entre as opções disponíveis no mercado. Alimentos in natura ou minimamente processados ganham sinal verde como base da dieta; processados são colocados em sinal de alerta amarelo pela indicação de consumo limitado, em pequenas quantidades, e ultraprocessados têm sinal vermelho, devendo ser evitados, pois são ricos em sal, açúcar, gorduras e substâncias de uso exclusivo da indústria alimentícia.
Praticar exercícios e se manter atento aos rótulos das embalagens é fundamental
Conforme Lisiane, a prática de exercícios regulares também previne previne o desenvolvimento de doenças crônicas, sobrepeso e obesidade. “O sedentarismo está realmente muito em alta com esses mais de dois anos de pandemia”, atesta a nutricionista. Ela lembra que manter a hidratação do corpo em dia, com bastante ingestão de água, é essencial para o bom funcionamento de rins e intestino, além de garantir a pleno o transporte e a distribuição de nutrientes no organismo.
Uma dieta em equilíbrio e variada, sem radicalismos de nenhuma ordem, tem tudo para dar certo. Estudos demonstram ao longo do tempo que até o raciocínio, a disposição para realizar tarefas cotidianas e o sono podem sofrer alterações em função de carências nutricionais. E o que dizer, então, em relação ao aparecimento de doenças, como diabetes tipo 2, hipertensão, problemas do coração e AVC em função de maus hábitos alimentares?
A nutricionista também recomenda a leitura atenta dos rótulos dos alimentos antes da compra para evitar alimentos ultraprocessados. “Os alimentos ultraprocessados são aqueles que têm mais de cinco ingredientes no rótulo”, explica Lisiane. “Se a gente pegar um iogurte com dez itens em sua composição, esse produto não é adequado, e a bebida láctea, que costuma ter muito açúcar, da mesma forma”, acrescenta. Desde 2001, a embalagem com informações nutricionais é obrigatória em todos os produtos regulados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Dez passos para uma alimentação adequada e saudável
1. Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base de sua alimentação
2. Utilizar óleo, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias
3. Limitar o consumo de alimentos processados
4. Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados
5. Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia
6. Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados
7. Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias
8. Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o seu merecido espaço no cotidiano
9. Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora
10. Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais
* Fonte: Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAM)/Secretaria Municipal da Saúde (SMS)